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REGIÃO | “Cortes brutais no financiamento do Governo colocam em risco atividades culturais em Santa Maria”

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Joana Pombo destacou, esta sexta-feira, que “existe um grande descontentamento dos agentes culturais da ilha de Santa Maria com os cortes brutais de financiamento impostos pelo Governo Regional do PSD-CDS/PP-PPM, com o apoio da IL e do Chega”.

A deputada socialista, eleita pela ilha de Santa Maria, falava à margem de uma reunião com responsáveis do setor, em Vila do Porto.

Joana Pombo lembrou que os apoios relativos ao ano de 2022 foram pagos com “grande atraso e já com cortes”, “cortes que se repetiram neste ano de 2023”.

A parlamentar recordou que a maior parte dos agentes culturais é constituída por “associações que sobrevivem do voluntariado dos sócios para manter a cultura viva nos Açores”.

“Para além desta drástica redução de financiamento do Governo Regional às atividades culturais, o que verificamos é que, ao entrar no mês de agosto de 2023, o oitavo mês do ano, o processo de atribuição de apoios ainda está bastante atrasado, uma vez que ainda está a decorrer o período de audiências prévias dos apoios a atribuir este ano”, sinalizou a deputada socialista.

Além disso, denunciou, os critérios da Secretaria Regional dos Assuntos Culturais para atribuição de apoios são “dúbios e pouco transparentes”, uma vez que foram comunicados em ofício, apenas em julho, e “nem sequer se encontram publicados em Jornal Oficial”, estabelecendo um “apoio máximo de 35%, relativamente aos valores candidatados”.

João Vasco Costa, igualmente eleito pela ilha de Santa Maria, sublinhou que este Governo Regional foi “pouco sério e pouco transparente para com os agentes culturais”, uma vez que estes só tiveram conhecimento do limite máximo de apoio a atribuir “muito após as suas candidaturas”.

“No caso concreto do Maia Folk, um importante festival para Santa Maria, os seus organizadores, a Associação Amigos da Maia, apenas soube que não teria qualquer tipo de apoio do Governo dos Açores na segunda-feira após a realização do festival”, denunciou o deputado.

João Vasco Costa considerou este tratamento como “inqualificável”, uma vez que o Maia Folk, que celebrou este ano os seus 15 anos de existência, integra no seu cartaz “o inovador projeto de Violas da Terra, promove durante uma semana workshops de danças tradicionais, tem no seu cartaz bandas nacionais e promoveu a atuação dos Ronda da Madrugada, a mítica banda Mariense celebrou este ano os seus 25 anos de carreira”.

O deputado do PS lamentou o “abandono e desrespeito total” evidenciado pelo Governo Regional para com os agentes culturais Marienses, sinalizando que a “Associação Escravos da Cadeinha será apoiada em apenas 15% das despesas do Festival Santa Maria Blues e que o Festival Maré de Agosto, o mais antigo festival do país, merecerá apenas um apoio máximo de 13%”.

“Estamos a falar de esmolas e de esmolas que, ainda por cima, chegam tardiamente”, criticou a deputada do PS.

“Se juntarmos tudo isto às dificuldades criadas pelo Governo do PSD-CDS/PP-PPM, com o apoio da IL e do Chega, como o aumento de custos destes eventos devido à inexistência de transporte marítimo de passageiros e carga, aquilo que temos é um Governo que está asfixiar as nossas associações, que as está a impedir de realizar as suas atividades, que são fundamentais para a economia de ilhas como Santa Maria. Este Governo está a deixar Santa Maria para trás”, finalizou o deputado socialista, João Vasco Costa.

GPPS/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.