
Os problemas da pesca estiveram ontem em destaque na campanha do CHEGA Açores, onde os candidatos às próximas eleições legislativas reuniram com o Sindicato Livre dos Pescadores para unir esforços para que a pesca continue a ser um dos pilares da economia regional e possa ser potenciada.
“O CHEGA já disse várias vezes que parece que o Governo Regional e o Governo da República querem acabar com a pesca nos Açores”, afirmou o cabeça-de-lista do CHEGA pelo círculo eleitoral dos Açores, Francisco Lima, que enumerou algumas situações que parecem evidenciar isso mesmo.
Em concreto, a criação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA), da qual os próprios pescadores discordam. “Anteciparam-se as reservas e 30% do mar dos Açores agora vai ser reserva marinha. Isso vai-se traduzir no empobrecimento da pesca, vai haver muito peixe que não vai ser pescado nos Açores, mas os barcos espanhóis – e até a pesca ilegal – vão pescar à vontade”, afirma Francisco Lima.
Aqui entronca uma questão prioritária para apresentar na Assembleia da República por parte do CHEGA e que tem a ver com a falta de fiscalização e de vigilância da Zona Económica Exclusiva dos Açores. “As fragatas estão obsoletas, a Força Aérea não tem meios. A República não vigia o nosso mar e não temos a nossa soberania nacional defendida”, adiantou o cabeça-de-lista do CHEGA que entende que essa situação só piora a vida os pescadores locais deixando as grandes embarcações estrangeiras, próximas das 200 milhas, sem qualquer vigilância.
Francisco Lima acredita que há “mãos invisíveis que tiram o dinheiro dos bolsos dos pescadores, para pôr na mão dos interesses de grandes multinacionais e de grandes superfícies comerciais”, dando o exemplo das quotas de pesca. “Como é que Portugal tem 70% mais Zona Económica Exclusiva e chega a ter 15 vezes menos quota e algumas vezes 30 vezes menos – como no caso do atum – do que Espanha? Isso é incompreensível”, argumentou, lembrando que na última legislatura o CHEGA apresentou na República uma proposta para renegociar na União Europeia e entidades internacionais, as nossas quotas de pescas. “Quem votou contra? A AD e o PS. Dizem uma coisa à frente dos pescadores, mas nos gabinetes dizem outra diferente. Parece que querem transformar pescadores em subsídiodependentes”, disse Francisco Lima.
Outra questão que preocupa os pescadores é o facto do gasóleo pesca ser nos Açores 0,30€ mais caro do que na Madeira e no continente. Ou seja, o preço do gasóleo pesca nos Açores custa actualmente quase o dobro do que custava em 2010, quando o preço de venda do pescado é praticamente igual, o que significa mais gastos para os pescadores com o mesmo rendimento.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU