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REGIÃO | Reforma mais cedo dos açorianos é uma reivindicação “justa”, defende Artur Lima

© Governo dos Açores | Foto: VPG
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O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, defendeu na segunda-feira, em Angra do Heroísmo, que a anteproposta do Governo dos Açores para que os açorianos se reformem no “tempo certo” é uma reivindicação “justa” e que faz parte do “programa político” do XIII Governo dos Açores.

Segundo Artur Lima, os açorianos estão “claramente” numa “situação de desigualdade no acesso à pensão de velhice em relação ao resto do país”, em virtude da esperança média de vida e dos descontos para a Segurança Social.

“É um facto que a esperança média de vida é diminuta nos Açores em mais de dois anos”, explicou.

E prosseguiu: “é também um facto inegável que os Açorianos contribuem com os seus descontos tanto quanto a população em geral, mas beneficiam menos tempo da sua reforma”.

“É bom que fique claro que não estamos a tirar nada a ninguém. Descontamos o que tínhamos para descontar, só que depois não gozamos tudo o que tínhamos para gozar da nossa reforma, porque vivemos menos dois anos e uns meses”, argumentou.

Deste modo, o Vice-Presidente do Governo realçou que “estão reunidos fundamentos válidos para corrigir essa situação”, respeitando os princípios da diferenciação positiva e da equidade social plasmados na Lei de Bases da Segurança Social.

Artur Lima falava no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, na abertura da conferência “A Reforma Justa para os Açorianos”, que contou com a presença do ex-ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares na qualidade de orador oficial.

De acordo com Artur Lima, se o cálculo fosse aplicado no ano corrente, os açorianos acederiam à pensão de velhice aos 64 anos e um mês ao invés dos 66 anos e quatro meses.

Esperando uma “pronúncia unânime” da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, o responsável pela pasta da solidariedade social lembrou que será a Assembleia da República a ter a “última e derradeira palavra” sobre a proposta.

Durante a sua comunicação, e perante uma plateia com mais de 150 pessoas, Pedro Mota Soares referiu que a anteproposta “faz sentido” e dissipou dúvidas sobre questões de inconstitucionalidade.

“Faz-me sentido, percebendo que há uma diferença na esperança média de vida numa região autónoma face ao continente, encontrar tratamentos que sejam diferentes”, considerou.

Por sua vez, o ex-ministro da Segurança Social asseverou que “do ponto de vista conceptual, não consigo identificar alguma coisa que colida com a Constituição, porque a Constituição tem o princípio da igualdade, mas tem princípios de equidade”.

GRA/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.