Catarina Munhá ainda não fez paz com “Isto de Ser Mulher”. Não se conforma com os saltos altos, com não poder levar as coisas nos bolsos e outras obrigações do que é esperado do feminino. Curiosa incorrigível, desde que se lembra de ser pessoa que inventa canções. Tocou pela primeira vez num piano aos 5 anos, para nunca mais largar. Seguiram-se o violino, a guitarra, o sintetizador, o ukulele e até a pandeireta. É através da escrita de canções que se vai conhecendo e dando a conhecer.
“Adoro os Açores,” admite a jovem música, “ainda não descobri uma ilha que não me apaixonasse.” Já visitou várias ilhas, incluindo o Pico quando era pequena. Mas, este domingo, será a sua estreia arquipelágica como música. Depois de, na semana passada, abrir o Palco Esperança do Évora Alive, é no Forte de Santa Catarina, nas Lajes do Pico, que a multi-instrumentalista primeiro canta suas canções no meio do Oceano Atlântico.
Catarina Munhá não consegue evitar escrever canções, e acredita que a música pode mudar o mundo para melhor. Cantautora em português, expressa-se através de música e letra que lhe surgem de mão dada, numa espécie de indie-pop de intervenção. No seu álbum de estreia, “Animal de Domesticação”, é onde moram canções bem humoradas e inquietas, acompanhadas pelo som tropical do seu ukulele, um violino insólito e ocasionais teclas melancólicas. Lançou o single, “Cópia Pirata”, um grito de libertação, após ter atravessado um período de burnout durante a pandemia, e promete continuar a escrever canções que nos façam questionar quem somos, e quem queremos vir a ser.
Catarina Munhá apresenta-se no Forte de Santa Catarina, domingo, 30 de julho, às 19h30. Música no Forte, um projeto MiratecArts com o Município das Lajes do Pico, dedica a sua segunda temporada às vozes femininas. Entrada livre.
MIRATECARTS/RÁDIOILHÉU