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SÃO MIGUEL | Não reabrir rapidamente o HDES depois do incêndio foi “a maior irresponsabilidade da história da Autonomia”

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O Governo Regional da coligação PSD, CDS e PPM cometeu “a maior irresponsabilidade da história da Autonomia” ao não reabrir rapidamente o hospital de Ponta Delgada (HDES). António Lima acusa o governo de “deixar o hospital fechado e as pessoas a sofrer”, ignorando os relatórios técnicos que apontavam para a possibilidade de reabertura em agosto, seis meses antes da abertura do hospital modular.

Apesar da insistência do Bloco, o governo não foi capaz de apresentar qualquer documento técnico que justificasse a opção pelo hospital modular.

“Mostre um único relatório técnico assinado por uma equipa de engenharia que diga que não era possível reabrir o hospital em tempo útil e que contrarie os relatórios do Serviços de Instalações e Equipamentos do HDES”, desafiou o deputado do Bloco, referindo que este seria “o único motivo que poderia justificar a existência do hospital modular”.

A opção pelo hospital modular atrasou a reabertura de serviços e provocou graves consequências, como demonstram a brutal diminuição das cirurgias programadas e até das urgentes: em dezembro 2024, em comparação com dezembro de 2023, o número de cirurgias programadas caiu 28% e até as cirurgias urgentes caíram 26%.

“Os custos para a saúde das pessoas são incalculáveis”, afirmou António Lima.

“A opção do governo pelo hospital modular atrasou os cuidados de saúde dos açorianos e açorianas e prejudicou a sua saúde. E esta responsabilidade recai inteiramente sobre o governo da coligação PSD, CDS e PPM, na senhora secretária regional de saúde e presidente do governo regional”, apontou o deputado do Bloco.

Sobre a tese da coligação que diz que antes do incêndio o HDES não cumpria as regras de funcionamento e que isso colocava em causa a saúde e a segurança dos utentes, António Lima diz que “é uma mentira completa”. Seria ainda mais grave do que o que se está a passar hoje: “Queria isso dizer que o governo regional e o conselho de administração do HDES teriam deixado um hospital a funcionar durante três anos sob responsabilidade da coligação, sem condições e colocando a saúde e a segurança em causa”.

“Isso daria cadeia” e “como é óbvio isso não acontecia” porque os profissionais que lá trabalham são responsáveis e garantiam que as condições mínimas de segurança estavam asseguradas.

O deputado acusou ainda o governo de, ao longo deste processo, ocultar relatórios – que só agora são conhecidos – e de esconder dados sobre as listas de espera para consultas e cirurgias.

O Bloco reitera que a opção correta teria sido concentrar todos “os esforços, todos os meios e todos os recursos disponíveis” na reabertura do Hospital de Ponta Delgada na totalidade nas condições em que estava antes do incêndio.

BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.