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SÃO MIGUEL | Chega lamenta completo abandono do Porto de Pesca das Capelas

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O deputado José Pacheco visitou hoje o porto de pesca das Capelas, um espaço bastante frequentado por banhistas locais e estrangeiros apesar da interdição de circulação automóvel que aparece apenas numa placa informativa desvanecida, não havendo qualquer outro tipo de informação quanto ao perigo de queda de pedras.

Apesar da interdição automóvel é permitida a circulação pedonal, mas o abandono daquele porto é visível através da falta de limpeza do caminho de acesso, casas-de-banho existentes, mas encerradas, e casas de aprestos desprezadas cheias de entulho e a servir para fins menos próprios, numa zona bastante visitada por fazer parte da rota histórica da baleação em São Miguel.

O parlamentar, a quem têm chegado várias denúncias acerca daquele porto de pesca, denunciou que “andamos a apostar no turismo, mas não é este caminho que queremos. Temos uma zona histórica – que integra a rota da baleação – que está interdita, não há qualquer indicação disso e as pessoas continuam a ir a banhos neste local. Por outro lado, é preciso fazer uma limpeza neste caminho de acesso, que não tem sido feita, e temos uma série de casas de aprestos abandonadas. Não é esta imagem que queremos dos Açores e temos de começar a potenciar estas zonas lindíssimas e históricas, que há um pouco em todas as ilhas, para oferecer a quem nos visita”, referiu José Pacheco.

O ideal seria a requalificação daquele local, reconhece o deputado. Embora saliente que pode não ser uma obra fácil ou barata, há que dar alguns passos neste sentido, não só naquela antiga Vila baleeira, mas um pouco por todo o arquipélago.

“Desde que vi fazerem as SCUT e construírem na zona do Nordeste grandes pontes, percebi que tudo era possível. Falta a vontade, às vezes falta o dinheiro, mas vamos parar com estudos constantes, porque quando ouvimos a palavra “estudo” é sinónimo de não se querer fazer. Temos de pensar as coisas, uma de cada vez e fazer. Não precisamos de fazer tudo num dia. Temos é de começar e, por vezes, temos dificuldade em arrancar com alguma obra e potenciar a nossa terra como uma boa oferta turística, para as pessoas que cada vez mais nos vêm visitar”, salientou.

José Pacheco admite que a segurança é uma questão importante, havendo o perigo de queda de pedras. Por isso lamentou que esteja completamente desvanecida a placa informativa indicando a interdição da circulação automóvel e o aviso de queda de pedras, assim como o facto de terem sido arrancados e nunca mais repostos, os pilares que impedem o acesso automóvel ao porto. “Se não se faz nada para requalificar e garantir a segurança, vai ficando mais cara uma obra posterior, porque vai ficando mais difícil e é uma obra de maior envergadura”, explicou. “Talvez seja boa ideia começar a dar um primeiro passo e, em cada ano, dar um passo noutras zonas para proteger as pessoas. Esta zona balnear podia ser muito bem aproveitada. Não basta ter turismo, é preciso cuidar do bem-estar de quem cá vive e da sua segurança”, afirmou José Pacheco.

Além disso, o parlamentar entende que “tem de existir sinalização e não podemos brincar com a segurança das pessoas, nem locais, nem turistas. Tinha de haver avisos a explicar o que se passa aqui. Senão corremos o risco de algum turista mais erudito pôr o Estado em tribunal por não ter sido avisado dos perigos que aqui corria”, alertou.

CHEGA/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.