
O deputado do PSD/Açores à Assembleia da República Paulo Moniz abordou esta quarta-feira a possibilidade “da criação de um Cluster Naval de Defesa nos Açores”, isto face “à dimensão da nossa Zona Económica Exclusiva e à corrida externa pelo controle do Atlântico Norte, que é determinante também em matéria económica”.
O social-democrata abordou a questão durante o debate pré-Conselho Europeu, com o Primeiro-Ministro, onde frisou que “tudo isto tem a ver com a nossa posição geoestratégica e euro-atlântica, em particular, que é trazida ao país pela posição dos Açores, e também pela Base das Lajes, que tem um pendor aéreo”.
Assim, e no âmbito, “quer da Cimeira da NATO, quer do próprio Conselho Europeu, seria interessante se Portugal estivesse munido de uma eventual possibilidade de os Açores, para além da sua dimensão aérea, poderem vir a constituir um Cluster Naval de excelência”, defendeu.
“Estamos a falar num quadro fundamental, que estará em cima da mesa, tanto na discussão no Conselho Europeu, como na Cimeira da NATO, em Haia”, avançou Paulo Moniz, lembrando que os Açores dão a Portugal “um milhão de quilómetros quadrados em plena Zona Económica Exclusiva, correspondendo a 57% de toda a ZEE Portuguesa”
“E esse é um ativo que só o Sr. Primeiro-Ministro, em nome do nosso país, pode aportar à segurança europeia e à organização de segurança para o Atlântico Norte”, disse.
Em resposta ao deputado açoriano, o Primeiro-Ministro Luís Montenegro adiantou que, “em relação à defesa e ao posicionamento geoestratégico que temos, enquanto país, como um todo, e com as nossas regiões autónomas em particular, e os Açores que focou, deve ser tido em conta esse papel importante em todas as abordagens”.
O governante recordou que os Açores “são mesmo o melhor exemplo da criação de zonas marítimas protegidas”, e que as mesmas “são pioneiras à escala global”, mostrando acordo sobre “continuarmos a privilegiar também a questão marítima e aérea como fator determinante”.
Luís Montenegro partilhou que, na recente participação que teve na Cimeira dos Oceanos, promovida pelas Nações Unidas, “foi natural o destaque dado a Portugal, porque, para além de todas as oportunidades económicas, somos igualmente um exemplo na proteção ambiental e na conciliação entre a projeção de sustentabilidade com o desenvolvimento económico”, concluiu.
PSD/AÇORES/RÁDIOILHÉU