
Há uma gritante falta de valorização do sector das pescas na Região, os pescadores gritam por ajuda, porque se sentem desprotegidos, marginalizados e abandonados, porque, no fundo, o Governo Regional “quer acabar com a pesca e os pescadores nos Açores. Se não querem, as vossas acções revelam precisamente o contrário”.
As palavras são da deputada Olivéria Santos, a propósito de uma interpelação sobre “incumprimentos do Governo Regional no sector das pescas”, que garantiu que os incumprimentos são muitos e estão a deixar os pescadores e as suas famílias à deriva, “reclamando por melhores condições de trabalho e mais soluções para este sector”.
A parlamentar afirmou que “cada vez mais se assiste à introdução de quotas de pesca, cada vez mais restritivas, e ao endurecimento das normas ambientais”, assistimos ao extremismo do excesso de zelo que, “para se proteger os recursos, está-se a colocar em causa e a ameaçar a sobrevivência da pesca artesanal”. Os jovens que queiram integrar o sector, garante Olivéria Santos, “já nem têm motivação e receiam pelo futuro, pois, não há qualquer garantia de que o sector das pescas é prioritário para o Governo”. O que leva a que muitos jovens Açorianos prefiram procurar outros sectores ou emigrar, e os restantes “bem sabemos o que lhes acontece: vão para casa viver dos subsídios do Governo”.
Problemas de frota obsoleta, constantes problemas nas gruas nos portos em praticamente todas as ilhas, muitos portos de pescas a precisar de investimento e melhorias, falta de formação, falta de inovação e até de apoios, foram outros problemas apontados ao sector.
Por considerar que querem acabar com a pesca na Região, Olivéria Santos questionou o Secretário Regional das Pescas acerca de várias questões. “Porque não foi revista a lei das restrições da pesca do atum antes de sair a Portaria? Que medidas estão previstas para mitigar e compensar os pescadores da pesca do atum devido ao fecho precoce da quota, que se vem repetindo ano após ano? Porque motivo as embarcações de atum estão proibidas de apanhar a espécie atum rabilo e todos os outros podem capturar?”, questionou a parlamentar.
Mas as perguntas foram mais além: “o que está previsto quanto à pesca do atum nas áreas de reserva? Para quando um investimento, a sério, na formação dos pescadores?”, quis saber a parlamentar.
O CHEGA exige que as pescas voltem à agenda governamental, “devendo ser tratadas como uma prioridade se não se quiser, efectivamente, acabar com as pescas nos Açores”, já que se trata de um pilar essencial da economia da Região, declarou Olivéria Santos.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU