ATUALIDADE | IL/Açores denuncia: há escolas sem dinheiro para pagar licenças dos manuais digitais a pedir aos pais para comprar manuais em papel

O Deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, denunciou, esta quarta-feira ao final do dia, que “ainda há escolas que não têm as licenças de uma determinada editora para a utilização dos manuais digitais” e que “estão a solicitar aos pais e encarregados de educação que adquiram os manuais em papel para os filhos”.

Nuno Barata denuncia ainda uma orientação que terá sido dada às escolas pela Secretaria Regional da Educação para que, aos alunos dos anos letivos onde já estão atribuídos manuais digitais, “não sejam emprestados manuais em papel”, no âmbito de legislação em vigor que estabelece um regime de empréstimo de manuais escolares. 

“A utilização desta tecnologia nas escolas é uma preocupação não só dos pais, mas principalmente das crianças, que têm alguma dificuldade em fazerem o seu estudo, quer em casa, quer na própria escola. Casos há em que as famílias adquiriram os manuais físicos para acudir a essas dificuldades das crianças. Casos há também em que as famílias não têm poder económico para acudir a essas crianças e as escolas foram proibidas de emprestar os manuais físicos gratuitos a essas crianças que assumem essa dificuldade com os manuais digitais”, denunciou. 

Sem ser desmentido, o parlamentar liberal lamentou que “numa região onde se tem debatido, ao longo dos últimos anos, os índices de pobreza e o aumento das desigualdades, não faz sentido ser a própria Região a fomentar estas desigualdades no acesso aos manuais físicos como meio auxiliar do aluno na utilização do manual digital. Nesse sentido, nós também entendemos que o regresso aos manuais físicos é uma inevitabilidade de futuro”.

Para o Deputado da IL/Açores “todo este debate à volta dos manuais escolares é bastante complexo, porque existem interesses económicos envolvidos, sempre os houve, há alguma falta de interesse da parte dos governos, dos sucessivos governos da Nação de pôr fim aos abusos das editoras, mas o que é facto é que tudo esse processo é um processo que foi, eu diria, feito com excesso de voluntarismo e que acabou redundando num flop completo para a comunidade escolar açoriana”. 

IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU