AÇORES | Governo contesta descida percentual de vagas para estudantes açorianos ingressarem no Ensino Superior no continente
O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, reagiu hoje com “espanto” e “muito desagrado” à decisão do Governo da República em diminuir percentualmente o número de vagas destinadas a estudantes açorianos para ingresso no ensino superior ao abrigo do contingente Açores, que passam de 3,5% para 2%.
Segundo Artur Lima, a medida prevista no novo regime de acesso ao ensino superior representa uma “discriminação negativa da Região Autónoma dos Açores”, constituindo-se como um “entrave grande a que os alunos prossigam os seus estudos”.
“Para quem tem menos licenciados, temos de ter uma discriminação positiva e não uma discriminação negativa, como o Governo da República está a fazer”, referiu, realçando que os “Açores têm praticamente 13% de licenciados, a Madeira tem 15% e o continente 18%”.
Neste sentido, Artur Lima considerou que o “desígnio nacional” de aumentar o número de licenciados, como defendeu recentemente o Primeiro-Ministro, também “deve passar pelos Açores e pela Madeira”.
Ainda no que respeita à decisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o governante insistiu que a mesma é “inesperada” e “extemporânea”, uma vez que “não foram consultados os órgãos de governo próprio nem a Universidade dos Açores”.
“É uma medida [redução do número de vagas ao abrigo do Contingente Açores] altamente lesiva dos estudantes e das famílias açorianas. Estes 3,5% deviam aumentar para 5% para termos alunos nos cursos de Medicina e nas áreas das Engenharias que muita falta fazem aos Açores”, reiterou.
“Espero que o Governo da República arrepie caminho e que pelo menos mantenha o contingente nos 3,5%”, finalizou.
GRA/RÁDIOILHÉU