TOPO | Apanhar Milho: Três gerações mantêm viva a cultura e tradição de um Povo Ilhéu. (c/reportagem)
É meado de agosto de 2022 na Vila do Topo, na Ilha de São Jorge, nos Açores. A manhã será para cortar ou como dize-mos por cá, “apanhar” milho para o gado. Nesta manhã estão 3 gerações presentes neste trabalho de campo no Varadouro, sitio da Pontinha. Artur Bettencourt, o seu filho Luís Bettencourt e Duarte Bettencourt filho do Luís e neto do senhor Artur. Neste dia como em muitos outros tempos estão presentes neste trabalho o gado Ramo Grande, os ditos “tratores de outras épocas” que muitos gostam e utilizam nestes dias por cá. Este milho foi semeado em abril, de seguida gradado e depois claveirado, até chegar a estes dias de agosto onde foi cortado para o gado.
Foram vários os processos, do grão até este milho chegar ao seu destino final, que é o gado, e que serve para alimentação do mesmo. Vários dias, várias semanas, e vários meses. Com mais ou menos pessoas na ajuda deste milho, um dos vários trabalhos na vida de um produtor agrícola por cá, em São Jorge e noutras ilhas dos Açores ou no mundo. Nesta fase final, e nas outras, 3 gerações mantêm viva as tradições e cultura de um povo ilhéu, que trabalha com gosto o campo e de geração em geração vai passando o testemunho aos mais novos. Para ir do campo para a mesa, são vários dias e semanas de trabalho, empenho e gosto pelo que se faz.
Dizem os antigos que “o primeiro de agosto é o primeiro de Inverno”, neste caso meados de agosto foi dia de colher.