A Secretaria Regional da Educação e dos Assuntos Culturais, por via da Direção Regional dos Assuntos Culturais, através da Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo, promove, entre os dias 20 de maio e 30 de dezembro, a organização da exposição “Pedro da Silveira: da casca ao cerne”, por ocasião do centenário do nascimento do poeta, crítico literário, tradutor e investigador natural da Ilha das Flores.
A exposição visa divulgar documentação manuscrita, impressa e iconográfica que a Biblioteca de Angra do Heroísmo tem à sua guarda, na sequência de doações efetuadas pelo próprio escritor ainda em vida e postumamente pela sua esposa. Na exposição poderá ser consultada uma seleção de livros da biblioteca de Pedro da Silveira, alguns deles autografados; primeiras edições de monografias da sua autoria; originais de estudos e recolhas que efetuou; trabalho de carácter etnográfico, particularmente relacionado com a sua ilha natal, as Flores; entre muitas outras raridades.
Está previsto um vasto conjunto de iniciativas neste âmbito até ao mês de dezembro, sendo a inauguração da exposição no dia 20 de maio pelas 18h00, seguida da conferência “Pedro da Silveira e o seu legado”, proferida por Vasco Rosa. No dia 21 de maio, às 15h00, realizar-se-á um colóquio sobre Pedro da Silveira, dividido em dois painéis de debate, com Vasco Pereira da Costa, João de Melo, Rosa Goulart, Vasco Rosa, José Reis Leite, Ana Cristina Gil, Vamberto Freitas, Manuela Meneses e Leonor Sampaio.
Estarão ainda expostas algumas das suas obras na Sala de Leitura e Empréstimo Domiciliário, entre os dias 20 de maio e 11 de junho, no âmbito da mostra mensal “Autores Açorianos”. A biblioteca itinerante “Tasca dos Livros” disponibilizará atividades que homenageiam Pedro da Silveira junto das escolas e centros de convívio da ilha.
Pedro Laureano Mendonça Silveira, nasceu na Fajã Grande, ilha das Flores, em 1922 e faleceu em Lisboa, em 2003. Depois de residir por um período na ilha Terceira, onde completa a sua formação, vai para S. Miguel em 1945, onde teve um papel importante no jornal A Ilha, transformando-o num polo aglutinador de jovens intelectuais.
Colabora com artigos e ensaios em diversos jornais e revistas, nomeadamente: Correio dos Açores; A Ilha; Insulana; O Telégrafo; Boletim do Núcleo Cultural da Horta; Sul (de Florianópolis, Brasil); Vértice; Átomo; Ler; Seara Nova; O Comércio do Porto; Jornal de Notícias; O Primeiro de Janeiro; Diário Ilustrado; Diário de Notícias; Revista da Biblioteca Nacional; A União, Diário Insular, entre outros.
Após se fixar em Lisboa, onde reside até à morte, passa a publicar regularmente ensaios e críticas nos suplementos literários nos jornais de maior destaque, como O Primeiro de Janeiro e O Comércio do Porto, bem como nas revistas Vértice, Ler e Seara Nova (entre 1951 até 1974, fez parte do conselho de redação desta). Entre 1981 e 1992, foi Diretor dos Serviços de Investigação e Atividades Culturais da Biblioteca Nacional de Lisboa.
GRA/RÁDIOILHÉU