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REGIÃO | IL. “Estabilidades desejadas por alguns não passam de desejos de totalitarismos”, afirma Nuno Barata

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O Deputado do Iniciativa Liberal no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, diz que “as estabilidades [políticas] desejadas por alguns não passam de desejos de totalitarismos”, acrescentando que “a estabilidade só dá conforto e o conforto só dá barriga”.

Intervindo na sessão do Parlamento dos Jovens, que decorreu na cidade da Horta, e respondendo a uma questão dos alunos da Escola de Rabo de Peixe, Nuno Barata frisou que “não há nada mais importante para se exercer um magistério de influência junto de um governo do que uma maioria relativa”, apelando a que “todos” sejam capazes de “sair da sua zona de conforto”.

“Ao contrário das maiorias absolutas e das estabilidades desejadas por alguns – que não passam de desejos de totalitarismos e ditaduras –, as maiorias relativas trazem novidade à política. A estabilidade só dá conforto e o conforto só dá barriga. Os políticos passam a vida a pedir às pessoas para saírem da sua zona de conforto para procurarem algo melhor para as suas vidas, mas, nós, políticos, queremos ficar, confortavelmente, a governar a nossa Região, o nosso País ou a nossa comunidade internacional, como a União Europeia, com uma maioria confortável. Não! O que precisamos, todos, é de sair da nossa zona de conforto para trazermos aos Açores, a Portugal e ao Mundo, dias melhores”, afirmou o parlamentar liberal.

Nesse sentido, prosseguiu o parlamentar e dirigente regional do IL, “não poderia estar a alimentar um acordo [de incidência parlamentar] que não estava a ser cumprido pela outra parte em mais de 80%”, pelo que, frisou, “libertei o Iniciativa Liberal desta amarra e continuo perseverante, tendo ideias e tentando propor medidas que venham mudar a vida dos Açorianos para melhor e perspetivando um futuro melhor para a nossa Região”. 

Nuno Barata salienta que “não está preocupado com o acordo”, antes diz-se “preocupado, simplesmente, com os Açores e com os Açorianos”, frisando que “o IL não perdeu qualquer importância política junto da governação, porque não há nada mais importante para exercer um magistério de influência junto do governo do que uma maioria relativa. Se tivéssemos nos Açores uma maioria absoluta podia levantar-me todos os dias, com ideias geniais e apresentá-las, mas, se a maioria entendesse que elas não eram aplicáveis, elas não seriam aprovadas”.

Participar é dar vida à comunidade

Na sessão regional dos Açores do Parlamento dos Jovens do ensino básico onde Nuno Barata participou, o Deputado apelou à participação cívica e esclarecida dos jovens, para dar vida à comunidade e para evitar que “os mais espertos decidam por nós”.

“A vossa presença aqui vem no sentido de construirmos uma sociedade em que todos participemos um pouco mais. E esta participação pode ser por via política, mas também no dia-a-dia, na nossa comunidade, na filarmónica, na casa do povo, no clube desportivo, para evitar o desgaste da sociedade que, cada vez mais, têm dificuldade em encontrar gente disponível para dirigir as instituições e entidades da nossa comunidade. Apelo, por isso, à vossa participação, porque a nossa cultura, as nossas idiossincrasias, a nossa comunidade só cresce se todos participarmos mais”, exortou Nuno Barata. 

“A responsabilidade de estarem aqui, hoje, sentados onde, por norma, estão sentados todos os legítimos representantes do povo dos Açores, da extrema-esquerda à extrema-direita, sentindo o papel da cidadania é muito importante, para que não deixem de ser críticos, nem de trabalhar em prol da vossa comunidade, porque o parlamento, o debate, a discussão é a única forma de transformarmos o mundo num lugar melhor e não deixarmos que alguns, os mais espertos, decidam por nós. Se deixarmos de participar, se deixarmos de decidir, se deixarmos de exigir, alguém fará isso por nós. E se deixarmos que isso aconteça estaremos sujeitos às escolhas, que não são as nossas escolhas”, finalizou o liberal.  

IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.