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OPINIÃO | Salão da Silveira, Pico – 25 anos Manuel Eduardo Vieira – Um Obreiro, por Liduíno Borba

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No dia 2 de novembro de 1996 foi efetuada a escritura pública do Centro Social, Cultural e Recreativo da Silveira, mais conhecido por SALÃO DA SILVEIRA, paróquia de São Bartolomeu da Silveira, Lajes do Pico, Açores, que está a comemorar 25 anos de existência. Em agosto desse ano de 1996 tinha chegado à sua ilha e terra natal, Manuel Eduardo Vieira, então emigrado na Califórnia, já conhecido pelo Rei da Batata Doce, com a “missão de fazer um salão para este povo da Silveira”. Não foi fácil ultrapassar as formalidades legais, uma delas com a Diocese de Angra, detentora do terreno onde se veio a situar parte do edifício do Salão. Teve a ajuda e compreensão de outro picoense de gema, o monsenhor José de Lima, membro do Cabido da Sé, e foi realizada a escritura.

O passo seguinte foi percorrer a ilha visitando as suas associações e irmandades para saber das suas necessidades em infraestruturas do género e aprender com o saber acumulado. Foi fundamental para saber que obra realizar. Depois, havia que pensar a forma de financiar a obra. Para além da Irmandade da Santíssima Trindade da Silveira, da Irmandade do Sábado do Espírito Santo da Silveira, do Grupo de Jovens da Silveira, do Governo Regional dos Açores, da Câmara Municipal das Lajes do Pico, da Junta de Freguesia das Lajes do Pico, da Secretaria Regional das Obras Públicas, dos Serviços Florestais e de Manuel Eduardo Vieira, este teve a brilhante ideia de convidar mais de 330 sócios (individuais e coletivos), com uma entrada monetária ou em espécie de 60.000$00 (sessenta mil escudos), em forma de quota com direito vitalício, que foi aceite, e representou cerca de 50% do valor total da obra.

No dia 16 de maio de 1997 iniciavam-se os trabalhos de terraplanagens para o então mais completo Salão dos Açores, único a nível nacional e com poucas comparações na nossa vizinha Espanha, com polivalência para 700 pessoas, palco, sistema de luz e som, salas de apoio à terceira idade, juventude e irmandades, duas cozinhas, bar, estruturas ao seu bom funcionamento e parque de estacionamento. Viria a ser inaugurado a 17 de agosto de 2003, com a presença de uma vasta equipa de trabalho, numa noite festiva. Era Presidente da Direção Manuel Eduardo Vieira, da Mesa Assembleia Geral o também dinâmico Tomás Orlando Cardoso, e do Conselho Fiscal Manuel Paulino Costa. Não esquecendo a grande ajuda dos então Presidentes da Câmara Municipal das Lajes e da Junta de Freguesia também das Lajes, respetivamente o Eng.º Cláudio Lopes e o Sr. João Duarte.

Durante vários anos este Salão foi escola de música de instrumentos de corda, com a sua tuna, escola de chamarritas, atividades desportivas, teatro, etc. Manuel Eduardo Vieira para além do contributo para a edificação do Salão da Silveira, que o “obrigou” a estar mais de sete anos, na qualidade de presidente da direção, longe do seu grande negócio na Califórnia, também colaborou com muitas outras iniciativas para engrandecer a ilha do Pico: o supermercado LajesShopping, hoje Âncora (com o lema “por amor ao Pico”); Igreja Paroquial de São Bartolomeu da Silveira; Igreja Paroquial de São João; Sociedade Filarmónica Liberdade Lajense; Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense; Sociedade Filarmónica União Artista de São Roque; Sociedade Recreio União Prainhense; Clube Boa Vista de São Mateus; Grupo de Chamarritas e Bailes de Roda da Casa do Povo das Ribeiras; além de muitos outros.

Por todo o seu trabalho em prol da comunidade já foi distinguido com uma vintena de homenagens e condecorações. Uma Insígnia Regional, uma Comenda Nacional e uma Estátua na frente do Salão da Silveira completam os reconhecimentos do seu trabalho. O Comendador Manuel Eduardo Vieira tem sido um dos dirigentes comunitários na diáspora mais ativos e com muito trabalho realizado. Tem conseguido reunir um grande número de pessoas de boa vontade que muito tem dado à nossa comunidade.

Este “seu filho” completa 25 anos de vida. Força e obrigado.

LD/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.