O Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel, inaugurou, no âmbito do encerramento das comemorações do 65º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos, um mural intitulado “Os Sinistrados do Vulcão” na Casa dos Botes, concebido e executado pelos artistas Ana Correia e Pedro Braia, por solicitação do Governo Regional.
Alonso Miguel realçou, na ocasião, o “envolvimento da população neste programa, que pretendeu demonstrar a importância da valorização do património histórico e natural” regional.
“Começando pela partilha dos testemunhos de quem viveu e experienciou esta erupção, os participantes tiveram também a oportunidade de percorrer o mítico Caminho dos Baleeiros”, disse.
O governante destacou também “as visitas organizadas ao Centro de Interpretação Ambiental com estabelecimentos de ensino, utentes de instituições de apoio social e grupos intergeracionais, que resultaram em trocas de conhecimentos e experiências muito enriquecedoras, não apenas para os participantes, mas também para os técnicos da Secretaria que, diariamente, relatam este acontecimento a quem o visita”.
“A criação deste mural teve como objetivo homenagear todos os que sofreram com este evento inolvidável, bem como manter viva a memória da erupção que mudou drasticamente a ilha do Faial, tanto a nível económico como demográfico, cultural e social”, frisou.
Alonso Miguel salientou que, “ao longo de 13 dias, representando os 13 meses de duração da erupção dos Capelinhos, vimos nascer um memorial sublime, que muito honra e perpetua a história e relevância destes difíceis momentos nas vidas de tantos habitantes da ilha e também dos habitantes sazonais do aldeamento baleeiro, que esta casa representa, e que ficou destruído pela erupção, tendo este evento vulcânico marcado o término em definitivo da atividade baleeira no Porto do Comprido”.
De acordo com o Secretário Regional, “o edifício recuperado em 2011, que agora ostenta eternamente esta esplêndida e marcante imagem, constituía uma extensão da Antiga Fábrica da Baleia da baía de Porto Pim, e consistia no mais importante posto de caça ao cachalote na ilha do Faial”.
O Secretário Regional realçou que “a Casa possui um bote baleeiro original, o Senhora Santana, e uma exposição que permite conhecer de perto e reviver o ambiente daquele que foi um dos ofícios mais perigosos e heroicos na tradição açoriana, essencial para a indústria da ilha e, consequentemente, para a subsistência económica das famílias locais”.
Alonso Miguel concluiu lembrando que, “muito recentemente, o Monumento Natural do Vulcão dos Capelinhos foi incluído numa lista dos principais 100 sítios de interesse geológico do mundo, apresentada pela União Internacional das Ciências Geológicas, em finais do passado mês de outubro, em Zumaia, no País Basco, atendendo ao seu valor científico excecional e correspondendo a locais-chave para a compreensão da história geológica dos nosso Planeta”, acrescentando que “a paisagem única que o Vulcão dos Capelinhos nos revela imponentemente, é outra herança que a erupção nos deixou, representando um património natural que nos cabe a todos preservar e proteger”.
GRA/RÁDIOILHÉU