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ATUALIDADE | Processo desenvolvido pela secretaria regional da Agricultura: “Brava dos Açores” reconhecida como raça autóctone Portuguesa

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O pedido de reconhecimento da raça “Brava dos Açores” como raça autóctone portuguesa, submetido pela secretaria regional da Agricultura e Alimentação à Direção Geral de Alimentação e Veterinária, foi aprovado a 21 deste mês.

A secretaria regional da Agricultura, em informações adiantadas ao DI, destaca que esta é a sétima raça açoriana a ser reconhecida neste âmbito. Os animais desta raça estão distribuídos por sete ilhas, nomeadamente Terceira, São Miguel, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial e Flores, sendo que o solar da raça encontra-se na Terceira. Atualmente, existem 54 criadores e um total de 2104 animais no arquipélago.

O Registo Zootécnico da População “Brava dos Açores” está instituído na Região desde 2010, contendo as características fenotípicas dos animais pertencentes a esta população, no passado designada como “Gado de Cima”. Mais recentemente, a secretaria regional da Agricultura e Alimentação realizou um estudo em parceria com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), tendo como objetivo exatamente o reconhecimento destes animais como raça autóctone portuguesa.

Segundo a secretaria regional, “os resultados obtidos comprovam uma evidente diferenciação genética, possivelmente devido a distintos processos de seleção por parte dos criadores, demonstrando assim uma variabilidade genética considerável e uma identidade genética própria destes animais”.

Agora, a raça foi reconhecida como autóctone. Com o propósito de “divulgar e dar a conhecer os resultados obtidos”, será promovido um evento de “Apresentação da raça Brava dos Açores”, a 13 de abril, pelas 17h, no Pavilhão Multissectorial da Ilha Terceira, aberto ao público em geral. “A Região Autónoma dos Açores, devido ao distanciamento entre as suas nove ilhas e entre os territórios continentais, evidencia-se cada vez mais como uma região de elevada variabilidade genética e com um património genético muito significativo”, sublinha a secretaria regional da Agricultura. Os animais desta raça mostram várias particularidades fenotípicas.

São “animais de esqueleto fino, elipométricos e brevilíneos, de pequena a média talha, de barbela reduzida, particularmente menos volumosos e mais ágeis quando comparados com outros exemplares da raça bovina Brava”.

Na lista de diferenças estão também a pelagem, hastes, cor ou cauda. Outro exemplo é o temperamento. “Como paradigmático dos animais de raça brava, apresentam temperamento nervoso e de grande agressividade, com ímpeto e muito andamento, codiciosos, com grande propensão para a procura do vulto, com investidas entrecruzadas, assimétricas e inconstantes. Acometem a distâncias curtas ou médias e as investidas são retas ou de fuga em meia altura ou alta. A distância de fuga é maior do que os restantes animais da raça brava”, descreve a secretaria regional.

Mais uma característica é a “adaptabilidade” destes animais rústicos às “condições edafo-climáticas das zonas altas e de interior das ilhas dos Açores”.

DI/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.