ATUALIDADE | Governo está a deixar os Açores mais pobres, vulneráveis e desiguais, alerta Andreia Cardoso
O Partido Socialista dos Açores manifestou esta terça-feira a sua preocupação com os indicadores divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no âmbito dos resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, referente a 2021, para lamentar que este Governo de coligação esteja a deixar os Açorianos “mais pobres, mais vulneráveis e a nossa sociedade mais desigual”.
De acordo com Andreia Cardoso, membro do Secretariado Regional do PS/Açores, e segundo os dados divulgados, “a Região está a fazer o caminho contrário àquele que está a ser feito na generalidade das regiões do país”, em que, no todo dos indicadores divulgados pelo INE, “os Açores foram a região em que os mesmos mais aumentaram”.
“No que respeita ao Risco de Pobreza, os Açores passaram de 21,9%, em 2020, para 25,1%, em 2021. Um aumento de cerca de 15%. Ao nível da desigualdade, passamos de 33%, em 2020, para 34,8%, em 2021. Um aumento, nesse período, de 5%. Já em relação à Taxa de Privação Material e Social Severa, esta aumentou de 8,7%, em 2021, para 9,7%, em 2022, enquanto que na Taxa de Sobrelotação da Habitação, estima-se que mais se degradaram nos Açores de 11,2%, em 2021, para 13,5%, em 2022”, assegurou a socialista.
Relembrando que durante os Governos do PS/Açores, a taxa de risco de pobreza diminuiu 31%, Andreia Cardoso lamentou que em apenas um ano, com este Governo Regional do PSD-CDS-PPM-CHEGA e Iniciativa Liberal, esta tenha aumentado 15%. Este crescimento foi igualmente verificado no indicador da Desigualdade que, com o Partido Socialista, “diminuiu 15%, atingindo a média nacional”, enquanto que agora, e com este Governo “aumentou 5%, o que ultrapassa a média nacional”.
Mas, conforme acrescentou, também ao nível da taxa de sobrelotação da habitação, “nos Governos do PS/Açores esta diminuiu 25%, tendo aumentado agora, em apenas um ano, 21%”, sendo por isso evidente que a degradação destes indicadores na Região, em 2021, “foi a pior e mais acentuada desde que há registo”.
Para Andreia Cardoso, que falava em conferência de imprensa do PS/Açores, em Angra do Heroísmo, as justificações para tais dados não se prendem com fatores exógenos como a pandemia ou a guerra, mas sim com o efeito de políticas públicas.
“A degradação destes indicadores revela que o atual Governo Regional do PSD-CDS-PPM-CHEGA e Iniciativa Liberal está a tornar os Açores e os Açorianos, mais pobres, mais vulneráveis e a nossa sociedade mais desigual e a deixar a Região para trás”, referiu a socialista, para lamentar que o executivo não veja “aquilo que todos já veem e que estes números vêm revelar com maior evidência”.
A esse propósito, e considerando que o Governo Regional está alheado desta realidade, a dirigente socialista defendeu “a imediata e urgente reativação da Estratégia Regional de Combate à Pobreza e à Exclusão Social”, mas, também, a necessidade de se “renovar, fortalecer e ampliar a rede de respostas sociais de emergência, desmantelada pelo atual Governo Regional e que visa dar uma reposta a situações mais urgentes de pobreza e exclusão social”.
Para o PS/Açores, como assegurou Andreia Cardoso, urge ainda “criar uma linha de apoio alimentar de emergência para ajudar as famílias e pessoas que se encontram numa situação de maior fragilidade; apoiar as famílias nas prestações do crédito à habitação, ajudando a aliviar os encargos com juros que têm crescido exponencialmente; reforçar os instrumentos de aconselhamento a famílias sobre endividadas e rever os programas de apoio à habitação, por exemplo, por via do arrendamento”.
“É isto que entende o PS/Açores que deve ser feito. É o que faria o PS/Açores se fosse Governo”, reforçou a socialista, alertando para a necessidade de se agir “depressa e bem”, apesar de, como demonstram os números, “o Governo Regional já ir tarde”.
Relembrando que o Governo não atendeu às propostas apresentadas pelo PS/Açores para combater a inflação, nem ao alerta para que a Estratégia Regional de Combate à Pobreza e a Exclusão Social fosse mantida, bem como para a continuidade da implementação da Agenda para a Habitação 2020-2030, Andreia Cardoso referiu que o PRR ainda representa uma oportunidade para dar continuidade a este trabalho, “com a disponibilização e alocação de recursos financeiros muito significativos em áreas estratégicas como o combate à pobreza, a educação digital, a qualificação de adultos, mas também a habitação”.
Para a socialista, e face aos indicadores que dão conta de a Região estar a ficar para trás, divergindo do resto do país em matéria de pobreza e exclusão social, como a regredir em matérias como a desigualdade e sobrelotação habitacional, a falta de estratégia e de visão deste Governo de coligação “está a penalizar a capacidade de observar e de implementar, retirando o foco das dificuldades sentidas pelas famílias e empresas Açorianas.
PS/AÇORES/RÁDIOILHÉU