ATUALIDADE | ALA destaca crescimento do peso do Alojamento Local na economia açoriana e manifesta preocupação com possível saída da Ryanair dos Açores
A Associação do Alojamento Local dos Açores vê como positiva a subida de 28,2% do número de dormidas, no total do primeiro semestre, quando comparado com o período homólogo. Este aumento faz com que 37% das dormidas na Região tenham tido lugar no AL.
A ALA considera que o aumento do número de hóspedes (10,7% em junho e 29% no total do semestre, quando comparado com iguais períodos do ano passado) é também positivo, embora se tenha registado uma ligeira redução da estada média, ou seja, do número de noites ( -0,2% em junho e -0,6% no total do semestre, quando comparado com os dados de 2022). Mesmo assim, convém referir que a estada média no AL (3,5 noites) é superior à da hotelaria tradicional e ao turismo em espaço rural.
Os dados do Serviço Regional de Estatística, referentes ao primeiro semestre deste ano, indicam que, no alojamento local, registaram-se 563,1 mil dormidas.
No entanto, convém ter em conta que, enquanto quase todas as ilhas registaram um crescimento de dois dígitos, a Terceira registou apenas um aumento de 7,2% e o Faial, um aumento de 8%.
Por outro lado, convém esclarecer que São Jorge registou este ano um aumento de 35,9%, devido à baixa procura em 2022, devido à crise sísmica que assolou a ilha.
A ALA regista com satisfação os resultados da ilha de São Miguel, cujo crescimento, no total do semestre, acompanha a tendência do primeiro trimestre, demonstrando uma melhoria do destino na época baixa.
Estes resultados estão diretamente ligados à disponibilidade de voos para a maior ilha dos Açores, com a Ryanair a ter um papel importante nesta realidade.
Assim, a ALA vê com grande preocupação a possível saída da Ryanair do espaço aéreo dos Açores, já que, diariamente, adensam-se as notícias quanto a um possível desfecho negativo das negociações em curso. Tal desfecho seria extremamente negativo para a Região, não só diretamente para o turismo na época baixa, mas também na promoção do destino Açores, tendo em conta a capacidade desta companhia aérea de chegar aos grandes mercados emissores.
Convém, aliás, dizer que, no último inquérito efetuado pela ALA junto dos seus associados, cerca de 38% afirmaram já estar a sentir o impacto da incerteza em torno da permanência da Ryanair nos Açores, dado que as reservas de voos estão bloqueadas desde novembro.
Ao estratificar estes dados, em São Miguel, praticamente 42% dos inquiridos afirmam já estar a sentir o impacto desta situação.
Em média, estima-se que, caso a Ryanair deixe efetivamente de voar para os Açores na época baixa, o AL sofra perdas na ordem dos 31%.
A ALA apela, por isso, para que sejam envidados todos os esforços de forma que os Açores possam continuar a contar com esta companhia aérea, que tem sido um importante player no desenvolvimento do turismo e da economia dos Açores.
Através do referido inquérito, a ALA conseguiu também perspetivar uma média de cerca de 62% do total de dormidas no alojamento local nos Açores, esperando ultrapassar um milhão de dormidas já em setembro.
A ALA verifica, no entanto, que continua a registar-se uma necessidade de redistribuição do fluxo de turistas que visitam os Açores, por forma a distribuir de forma mais equitativa os turistas que nos visitam e, por essa via, os rendimentos do AL, contribuindo assim para o desenvolvimento harmônico da economia de cada uma das nossas ilhas.
Convém ainda salientar o papel preponderante do AL, quer na reabilitação urbana, quer na economia da Região, já que no mês de junho, o AL foi responsável por 158,6 mil do total de 407,9 mil dormidas registadas Região, enquanto a hotelaria registou 223,5 mil dormidas e o Turismo em Espaço Rural 15,6 mil dormidas.
ALA/RÁDIOILHÉU