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AÇORES | Nuno Barata defende: “É preciso coragem política para reformar o Serviço Regional de Saúde”

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O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) pela ilha de São Miguel às Eleições Regionais do próximo dia 4 de fevereiro e Coordenador Regional do partido, Nuno Barata, defendeu, esta quinta-feira, que “é preciso coragem política para reformar o Serviço Regional de Saúde”, lamentando que esta “coragem só existe para substituir boys de uma cor partidária, por boys de outras cores partidárias”.

À saída de uma reunião com o Sindicato Independente dos Médicos, em Ponta Delgada, Nuno Barata abordou temáticas como a valorização das carreiras, o combate às listas de espera, o funcionamento dos sistemas de comunicação entre unidades de saúde, medidas de captação e fixação de profissionais de saúde e “o grave problema” da falta de estatísticas de saúde na Região. 

“Manifestei ao Sindicato – e verifiquei que muitas das preocupações desta estrutura estão em linha com o pensamento da IL – a minha profunda preocupação e o meu profundo espanto por ter chegado à política e não existirem estatísticas sobre saúde que consubstanciem as decisões políticas neste setor fundamental. Os decisores políticos não podem, não conseguem sequer, tomar as decisões mais corretas se não existirem estatísticas. Tem-se governado a saúde nesta Região com base no puro achismo”, afirmou.

Por outro lado, frisou, “os sistemas informáticos dos serviços de saúde, hospitais e centros de saúde, não comunicam entre si e, nalguns casos, nem sequer os sistemas de informação entre os 3 hospitais da Região, o que cria ineficiências e ineficácias e, pior, cria gastos excessivos em medicação, em exames complementares de diagnósticos e traz constrangimentos aos próprios utentes”. O candidato liberal pela ilha de São Miguel diz que não consegue “perceber que, no século XXI, na era da cibernética, ainda não tenha havido uma alma dirigente desta Região, que tenha encontrado uma solução para este sério problema. É preciso dar aos profissionais de saúde condições para eles exercerem a sua atividade de uma forma eficaz, eficiente e que satisfaça o cidadão”.

Virando atenções para as valorizações das carreiras, Nuno Barata diz que não se deve governar a retalho, alegando que “todas as carreiras nos Açores (e em Portugal, em geral) estão com os seus rendimentos degradados”, pelo que á solução passa por “olhar para a economia, para produzir riqueza suficiente, para podermos aumentar os rendimentos de toda a gente”. Constatando que “o cenário da degradação remuneratória” tem se vindo a arrastar “ao longo dos últimos 30 anos”, o cabeça de lista e dirigente da IL sublinha a importância de “os açorianos perceberem que alguém tem que olhar para o controlo das contas públicas e para a necessária promoção da economia, para se produzir mais riqueza, para podermos olhar para todas as carreiras”, pois, frisou, “não é correto, politicamente falando, olhar a retalho para esta ou aquela carreia. Todas as remunerações têm sido atualizadas sempre abaixo das inflações”.

Já no que toca ao combate às listas se espera, a Iniciativa Liberal diz que “só se consegue resolver o problema com mais meios e mais médicos”, defendendo que “para fixar mais médicos na Região importa recuperar a capacidade de idoneidade formativa das nossas unidades de saúde”, para além de que “é preciso também trabalhar ao nível da literacia das pessoas ao nível do acesso aos cuidados de saúde”.

Questionado pelos jornalistas sobre se tem existido falta de vontade política na Região para reformar o Serviço Regional, Nuno Barata foi claro: “Falta sempre vontade política para resolver o problema das pessoas. Só não falta vontade política para substituir boys de uma cor partidária, por boys de outras cores partidárias. Nas unidades de saúde de ilha foi a primeira coisa que fizeram”, concluiu.

IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.