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AÇORES | Governo Regional confirmou que não foi a Comissão Europeia a propor a alienação de 51% da SATA, realçou Carlos Silva

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Carlos Silva salientou que o Governo Regional, suportado pela maioria de Direita, “não soube ou não quis defender a SATA e os seus trabalhadores, ao propor a privatização dos 51% da Azores Airlines e o desmantelamento do handling, apenas por questões ideológicas”.

O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS falava na Horta, num debate de urgência sobre o “Plano de Reestruturação da SATA e a situação financeira do Grupo SATA”, suscitado pelo BE.

Carlos Silva realçou a “importância que a SATA tem para a economia Regional e para muitas famílias Açorianas”, lembrando que os Governos anteriores, suportados pelo PS, sempre defenderam que a Região “deveria ficar com a maioria do capital social da SATA”, enquanto este Governo “decidiu alienar 51% e perder o controlo da Azores Airlines”, o que poderá “trazer despedimentos de trabalhadores no grupo SATA e perda de ligações nas gateways”.

O debate ficou ainda marcado pela falta de transparência e pela ausência de resposta do Governo sobre o futuro do grupo SATA.

Carlos Silva evidenciou que também ao nível financeiro a situação “não melhorou, pelo contrário”, com os resultados do Grupo SATA em 2021 a serem “preocupantes, tendo até piorado em vários indicadores, como os subsídios atribuídos pelo Governo à SATA, que atingiram os 57 milhões de euros, um valor substancialmente superior ao registado nos últimos anos, e sobre o qual ainda acresce o subsídio da Tarifa Açores”.

“O Governo diz que está a salvar a SATA, que está a injetar menos dinheiro na SATA, mas isso não corresponde à verdade, tendo até injetado 157 milhões na SATA em 2021”, realçou.

O deputado socialista frisou que desde fevereiro de 2021 a “postura e ação do Governo tem sido muito pouco transparente, escondendo sempre que preparava uma privatização de 51% da SATA, com o Governo a perder a maioria do seu capital social, ao contrário do que sempre afirmou o Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro”, que esteve ausente do debate.

“Esta opção do Governo apenas se tornou conhecida em junho deste ano, com a comunicação de Bruxelas”, realçou.

O parlamentar do PS alertou que o documento avançado pela Comissão Europeia diz que, “no futuro, as aeronaves alocadas às diversas gateways podem ser deslocadas para outras rotas mais rentáveis”, algo que “ficará completamente nas mãos de um novo acionista, que poderá não ter como prioridade a mobilidade dos Açorianos em todas as nossas 9 ilhas”.

Carlos Silva acusou o Secretário Regional das Finanças, Duarte Freitas, de fugir à verdade, quando disse que foi o Governo que divulgou o plano de restruturação do Grupo SATA, esclarecendo que a “decisão foi comunicada pela Comissão Europeia e o Governo Regional veio a reboque, uma vez mais, um ano e meio depois de ter entregue o plano de restruturação a Bruxelas”.

O deputado do PS criticou, igualmente, o Governo por ter criado uma “manobra de puro show off”, entregando aos partidos com assento no Parlamento dos Açores, um documento na sua essência “desatualizado, rasurado e censurado”, que “omite informações relevantes sobre o impacto da privatização sobre os trabalhadores e sobre o desmantelamento de operações como o handling e as consequências que isso trará no futuro da Região”.

“Este Governo Regional não esteve à altura das suas funções. Quando seria expectável que o Governo liderasse o processo e defendesse o interesse regional, o GRA entregou a decisão sobre o futuro da SATA à administração da empresa, que tem tido como prioridade fomentar a privatização, com um interesse obsessivo com o grupo Icelandair, que vê como modelo perfeito para o futuro da SATA. Este Governo diz uma coisa e faz exatamente o seu contrário”, salientou o vice-presidente do GPPS, Carlos Silva.

GPPS/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.