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OPINIÃO | Fundação António Amaral: valorização e promoção da língua portuguesa na Flórida, por Daniel Bastos

O casal António e Maria Amaral, “alma mater” da Fundação António Amaral
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Entre as características mais distintas da diáspora, a enorme capacidade empreendedora e o seu forte espírito de solidariedade, são seguramente das que mais sobressaem no código genético das comunidades lusas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Ao longo das décadas têm sido inúmeras as campanhas solidárias, as iniciativas de apoio e os gestos de altruísmo protagonizados, a título individual ou coletivo, pelos portugueses no estrangeiro em prol de causas, valores e pessoas, muitas delas concidadãos que por vicissitudes da vida encontram na generosidade de muitos compatriotas uma bússola e um porto de abrigo.


Um desses exemplos de espírito solidário é o que no decurso dos últimos anos vários empresários portugueses da diáspora têm protagonizado ao nível da atribuição de bolsas de estudo a alunos lusodescendentes. Trata-se de uma ação benemérita que tem tido um papel essencial não só na promoção da cultura e língua portuguesa no mundo, como também na capacitação e valorização das comunidades portuguesas, e na dinamização da participação de jovens lusodescendentes no pulsar do movimento associativo.

Um dos exemplos paradigmáticos da dimensão e importância do apoio dos empresários da diáspora a alunos lusodescendentes é o que tem sido dinamizado desde a primeira década do séc. XXI pela Fundação António Amaral, em Palm Coast, cidade localizada no estado da Flórida, nos Estados Unidos da América.

Radicado há mais de meio século na América, o empresário no sector da construção e imobiliário Tony Amaral, benemérito e fundador da comunidade portuguesa de Palm Coast, instituiu em 2006 a Fundação António Amaral com a missão de atribuir bolsas de estudo a jovens de origem portuguesa na Flórida.

Há 18 anos consecutivos que a Fundação António Amaral, através do espírito empreendedor e ação solidária do emigrante natural de Ovar, entrega bolsas de estudo a alunos lusodescendentes na Flórida, tendo até ao momento, distribuído 250 bolsas, no montante superior a 415 mil dólares.

Ainda no ocaso do mês passado, a Fundação António Amaral atribuiu no decurso de um encontro-convívio que juntou meio milhar de luso-americanos, e que computou, entre outros, com a presença do Presidente da Câmara de Palm Coast, David Alfin, e do xerife do condado de Flagler, Rick Staly, onze bolsas de estudo a alunos de origem portuguesa na Flórida, num total de 29 mil dólares.

Uma missão e valores que perpassam outras áreas em prol da comunidade luso-americana, porquanto a Fundação António Amaral tem apoiado ao longo dos anos, com milhares de dólares, diversas instituições na Flórida e em Portugal, assim como agregados carenciados que têm tido na generosidade da família Amaral uma bússola e um porto de abrigo. Ainda no âmbito da iniciativa do mês transato, a Fundação António Amaral ofereceu duas bolsas de 500 dólares a dois liceus de Palm Coast, o Florida Palm Coast High School e o Matanzas High School.

Este exemplo paradigmático da dimensão e importância do apoio dos empresários da diáspora a alunos lusodescendentes, e outros que possam estar atualmente a ser dinamizados no seio das comunidades portuguesas, relembra-nos a frase lapidar do filósofo Friedrich Schiller: “A língua é o espelho de uma nação”.

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.