No dia 15 de fevereiro, uma delegação do PCP Açores composta pelo coordenador regional Marco Varela, pelo eleito municipal das Velas e por dirigentes locais, reuniu com a Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge, para aprofundar o conhecimento da realidade, dos problemas e das expectativas daquela estrutura. A referida reunião também teve o objetivo de apresentar as propostas que o PCP tem para a saúde, na certeza de que as mesmas vão ao encontro das necessidades e preocupações da Unidade de Saúde.
Foi assim possível verificar, mais uma vez, o esforço e o empenho dos profissionais de saúde que, para continuarem a prestar cuidados aos utentes da USISJ, tiveram de se adaptar a diversas circunstâncias: os serviços do Centro de Saúde das Velas foram deslocados para o edifício da Escola Básica e Secundária e vários outros serviços de saúde para as freguesias de Rosais, Santo Amaro, Urzelina e Norte Grande. A capacidade de internamentos que existia nos dois centros de saúde diminuiu em mais de metade, com apenas o Centro de Saúde da Calheta a disponibilizar camas. A falta de capacidade dos próprios lares para receber utentes, com listas de espera bastantes grandes, acrescentam ainda mais dificuldades à própria Unidade de Saúde.
Este esforço e esta dedicação não são, infelizmente, acompanhados por parte do Governo Regional PSD, CDS-PP e PPM (com o apoio parlamentar da extrema-direita), que, no essencial, continua a optar por não tomar medidas concretas para a fixação de médicos e enfermeiros nas ilhas sem hospital, sendo reflexo disso mesmo, a falta de investimento nos meios e equipamentos de apoio aos profissionais de saúde, nomeadamente no que diz respeito às obras de intervenção no Centro de Saúde das Velas. A solução encontrada não é a melhor nem resolve os problemas da USISJ, continuando o PCP a vincar que a solução passaria pela construção de um novo edifício noutra localização, podendo o atual ser reaproveitado para cuidados continuados e paliativos.
Este governo não entendeu ainda que o Serviço Regional da Saúde não é uma despesa, mais sim um investimento essencial para os jorgenses e para todos os açorianos. O PCP defende o reforço do Serviço Regional de Saúde, no reforço de medidas para a fixação de médicos de família, na deslocação de médicos de especialidade às ilhas sem hospital, e uma aposta em obras de requalificação de edifícios e na construção de novos centros de saúde. Ou seja, o PCP bate-se com persistência para que seja garantido o acesso à saúde a todos os açorianos.
Também foi realizada uma ação de sensibilização à porta da Indústria Conserveira de Santa Catarina, com distribuição de documentos aos trabalhadores desta unidade fabril. No decorrer desta ação foi possível constatar as dificuldades cada vez maiores dos trabalhadores em fazer face ao aumento brutal do custo de vida e a necessidade de aumentar salários.
Continuam a agravar-se as condições de vida dos açorianos, com cerca de um quarto da população a viver abaixo do limiar da pobreza. O Governo Regional, mais preocupado com a sua própria sobrevivência e em satisfazer os caprichos da maioria que o sustenta, faz pouco ou nada com os instrumentos autonómicos que tem ao seu dispor, faltando aos jorgenses e a todos os açorianos ao não tomar as opções necessárias para o reforço dos salários e para controlo da especulação inflacionista. Esta crise não é para todos, na medida em que os que produzem mais riqueza apertam o cinto enquanto uma minoria continua a encher os bolsos, assistindo-se assim ao aumento dos lucros por parte dos grandes grupos económicos e financeiros nos Açores e no resto do País.
Por isso, o PCP defende que existe uma alternativa a esta política que sufoca o desenvolvimento regional e o seu crescimento. As propostas que o PCP apresenta para responder aos problemas da Região e dos açorianos, ao serem implementadas, também dariam um forte contributo para o desenvolvimento da ilha de São Jorge, dado que, visam a valorização dos serviços públicos acessíveis para todos, a concretização do direito à saúde e à habitação, o aumento dos salários, o combate à precariedade e a políticas de fixação de população.
PCP/AÇORES/RÁDIOILHÉU