“A utilização de pedras vulcânicas fornece novas possibilidades no processo litográfico direcionadas a práticas artísticas e científicas”, afirma Regis da Silva.
“Diálogos Plutónicos: litografia contemporânea no Faial” é o título do trabalho que o artista brasileiro Antonio Regis da Silva vai desenvolver, no próximo ano, nos Açores, a convite da Associação de Turismo Sustentável do Faial (ATSF). O projeto foi apresentado durante o seminário “Faial: Descobrir a História, Pensar o Futuro”.
Em 2023, o artista plástico Antonio Regis da Silva vai estar um mês e meio em residência criativa no Faial para explorar o uso de rochas vulcânicas locais em trabalhos de litografia (impressão sobre a pedra), que vão resultar numa exposição que será apresentada nos Açores, no Porto e em Inglaterra.
O artista, que esteve uma semana no Faial para dar início à sua investigação, deu a conhecer o seu trabalho e partilhou com o público a experiência da sua primeira temporada na ilha, tendo, ainda, recolhido contributos para o seu projeto.
Segundo Regis da Silva, as rochas serão utilizadas não apenas como suporte para a realização das impressões, mas também para a criação dos pigmentos utilizados no processo de impressão de imagens.
O artista visitou vários pontos da ilha, entre as quais as pedreiras, e identificou algumas rochas a partir das quais pode, também, produzir pigmentações, como é o caso da bagacina (lapilli).
“Trabalhar com estas pedras vulcânicas, com um elevado nível de porosidade, vai de encontro às regras da litografia, que utiliza pedras calcárias, extramente lisas. A porosidade da pedra concede-lhe uma identidade”, afirmou na apresentação que decorreu na Microgaleria Camarupa.
Para além do questionamento dos próprios materiais e técnicas, o artista propõe-se explorar as temáticas ligadas ao Faial, ao lugar de onde as rochas são originárias, fazendo das obras “uma janela para a compreensão do próprio lugar nas suas componentes natural e humana”.
Em 2023, durante a residência de criação está, também, previsto um workshop de litografia aberto ao público.
Com a realização desta residência artística no Faial, a ATSF pretende promover e valorizar a ilha não apenas enquanto destino turístico, mas também como local privilegiado para a criação artística e cultural, reforçando a ligação entre Natureza e Cultura.
ATSF/RÁDIOILHÉU