Os marienses, após 6 anos de avanços e recuos, preparam-se para serem surpreendidos pela inauguração do tão esperado cinema do aeroporto. Esperemos que a este anúncio se suceda uma real dinamização do local, sendo este caso simbólico do esquecimento a que os interesses marienses são vetados. A inauguração será à «porta fechada» numa cerimónia reservada aos escolhidos da tutela, com um documentário de interesse dos marienses. Questionamos o porquê da opção por uma inauguração para VIP ver, em contraponto com a natureza pública desta infraestrutura e serviço.
Restará também perceber se se concretizará aquela que foi a intenção da Sra. Secretária da Educação e Assuntos Culturais em tornar o cinema do aeroporto num Pólo do Museu da ilha, por forma a facilitar o provimento dos Recursos Humanos necessários ao funcionamento deste serviço, sem que este dependa de trabalhadores no âmbito de programas ocupacionais, ou seja, por obra e graça da precariedade laboral dos marienses.
Uma obra que surge após um processo tão atribulado – de trabalhos adicionais não previstos na adjudicação e correção de defeitos ou desconformidades da obra – é de estranhar que, mesmo assim, a Sra. Secretária Regional da Educação e Cultura, por ocasião da sua última visita oficial à ilha, tenha assumido um rol de limitações infraestruturais que impediria a utilização plena destas instalações. Terão todas as limitações sido ultrapassadas, e assistiremos, de facto, a uma inauguração de um programa artístico-cultural para a ilha ou assistiremos a uma cerimónia para engrandecer um feito vazio de futuro?
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU