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XTB | Eleições antecipadas: análise ao mercado, por Henrique Tomé

FOTO | Henrique Tomé, analista da XTB;
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A situação política em Portugal está a ser noticiada em todos os meios de comunicação, tanto  nacionais como internacionais. A decisão inesperada de António Costa ao demitir-se teve  impacto nos mercados de capitais, algo não muito comum, uma vez que a bolsa portuguesa  tende a reagir muito pouco à esfera política nacional. 

No entanto, numa altura em que os desafios económicos deverão aumentar, os escândalos de  corrupção e o risco de instabilidade política no país fizeram com que os investidores de retalho  entrassem em “panic sell” após as notícias que davam conta da demissão do primeiro-ministro,  uma vez que nos encontramos numa situação de aprovação do orçamento de estado. O país vai  entrar em eleições antecipadas, mas não se espera que os resultados das eleições possam ter  grande impacto na bolsa portuguesa. 

Reação do mercado à demissão do primeiro-ministro. Fonte: Koyfin 

Nos mercados, após o sell-off, a bolsa portuguesa tem estabilizado. As últimas 2 sessões têm  sido marcadas por ganhos moderados, com os compradores a tentarem recuperar parte das  perdas, e as empresas mais afetadas a recuperarem quase as suas quedas iniciais.  

Por outro lado, no mercado secundário de dívida, os movimentos são ainda mais interessantes.  Apesar de toda a volatilidade registada nos últimos dias, as yields tiveram um comportamento  oposto ao que se poderia esperar. As yields de referência a 10 anos continuam a recuar e, pelo  menos para já, afastam o cenário de perda de credibilidade do país nos mercados internacionais,  o que poderia ter um impacto negativo nos juros da dívida portuguesa. 


Evolução dos juros da dívida pública a 10 anos. Fonte: Koyfin

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.