O CHEGA iniciou uma visita à ilha de São Jorge pelo porto do Topo, onde verificou que se mantêm as dificuldades denunciadas pela população, e pelo próprio deputado José Pacheco, há mais de um ano. Inclusive, situações que tinham sido acordadas com o Governo – em sede de negociações para o Orçamento de 2023 – para serem corrigidas durante este ano, tendo sido incluídas no próprio Orçamento como a requalificação da estrada de acesso ao porto.
“Ficámos satisfeitos porque algumas destas situações, bem simples, já foram feitas, como a marcação do chão e a operacionalização da grua. No entanto, em conversações para o último Orçamento, tínhamos acordado com o Governo Regional, a requalificação desta estrada de acesso ao porto. A verdade é que um ano depois, a estrada continua por se fazer e continua mais ou menos no mesmo estado. Há uma falta de compromisso da parte do Governo Regional, com um parceiro – o CHEGA – quando foram alocados no Orçamento para 2023, 18 milhões de euros para esta obra”, que não teve seguimento.
Além da estrada de acesso, a sinalética ainda continua por fazer, e nem sequer existe um projecto para colocação de água e luz naquele porto, uma situação que deixa pescadores e armadores insatisfeitos por não poderem exercer a sua profissão nas devidas condições.
“Prometer, prometer, prometer. Este Governo vai ficar conhecido pelo Governo dos estudos prévios, que nem sequer são estudos da obra, são estudos dos estudos”, referiu o deputado José Pacheco. “Esta não é forma de governar os Açores. O CHEGA não se sente confortável e sente-se muito insatisfeito com esta falta de compromisso”, reforçou o parlamentar que acrescentou que a obra já podia ter sido iniciada e, “nem que fosse metade”, já deveria ter sido concluída.
“Há apenas obras de cosmética e isso não é razoável. Não é isso que defendemos e não é isso que as populações querem”, argumentou.
Questionado pelos jornalistas, José Pacheco denunciou ainda outras situações que tem detectado na ilha de São Jorge e que pretende abordar durante esta visita oficial à ilha. Além da perda demográfica, da falta de mão-de-obra, da perda de poder de compra, dos jovens que saem para estudar e já não regressam por falta de oportunidades, os cuidados necessários para com os idosos, há ainda a falta de habitação que “já não é uma prioridade, é uma urgência”.
Uma necessidade transversal a todas as ilhas a que o CHEGA tem procurado responder com propostas que depois acabam desvalorizadas na Assembleia Legislativa Regional. “Ainda no último plenário, o CHEGA apresentou uma proposta com urgência neste sentido, mas os restantes partidos acharam que não era urgente, que devia ir para a comissão e ser debatido, essa não é a nossa visão”, destacou o parlamentar.
“Um jovem não se fixa se não tiver uma casa para morar. Não estamos a pedir casas de graça – tirando os subsídiodependentes, que pedem casa e até carro – mas as pessoas que trabalham e que eu represento, pedem uma casa que possam pagar. Hoje em dia um jovem não consegue pagar uma casa, por muito pequena que seja, e o Estado, que tem obrigação de ser um facilitador deste processo, só dificulta com tanta burocracia, com tantas taxas e taxinhas”, referiu José Pacheco que deixou uma pergunta ao Governo “que oiço todos os dias a dizer que está a fazer casas. A minha pergunta é: quantas são, onde estão e quantas foram para a classe média. Sabemos que foram zero”, reforça.
No sentido de dar voz às necessidades e dificuldades sentidas pelos Açorianos, José Pacheco recorda que o CHEGA tem apostado numa política de proximidade “para ouvirmos as preocupações das pessoas”. E deixou um alerta: “na Assembleia, sempre que me chegar algo de São Jorge, darei voz às pessoas. Podem contar connosco, porque isto de irem para a Assembleia Regional, passar a ser deputado dos Açores e esquecer as nossas ilhas, é um erro. E é um erro que vão pagar muito caro nas próximas eleições”, concluiu.
Nesta visita oficial à ilha de São Jorge, que se prolonga até Sábado, o deputado José Pacheco vai ainda hoje visitar o porto das Velas, às 15horas, mantendo um contacto próximo com a população das Manadas, pelas 17 horas.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU