TERCEIRA | Berta Cabral quer Rota do Turismo Cultural e Rota do Turismo Militar para Angra do Heroísmo

A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas defendeu na quinta-feira, em Angra do Heroísmo, que a singularidade e a riqueza patrimonial da cidade terceirense justificam a estruturação das Rotas do Turismo Cultural e do Turismo Militar.

Berta Cabral falava na abertura oficial da Bienal Ibérica do Património Cultural, realizada pela primeira vez nos Açores, coincidindo com o ano do 40.º aniversário da classificação de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade pela UNESCO.

“Já temos a Rota da Baleação, a Rota dos Vulcões, a Rota dos Vinhos, a Rota do Queijo e, brevemente, juntar-se-ão a estas a Rota do Turismo Industrial e a Rota de Expansão Marítima, cada qual explorando os melhores recursos que temos em todo o nosso território. Aqui, na cidade Património Mundial, há todas as condições para se estruturar a Rota do Turismo Cultural e a Rota do Turismo Militar. Vamos, todos, pôr mãos à obra e estruturar estas novas Rotas inspiradas num conjunto de atividades testadas com sucesso durante esta Bienal”, sublinhou a governante.

Segundo adiantou, é necessário aproveitar “a diversidade complementar da peculiar realidade cultural de cada uma das nove ilhas”.

“temos condições simplesmente extraordinárias para combater a sazonalidade e atrair visitantes a cada recanto do nosso território”, prosseguiu.

Por sua vez, a Secretária Regional da Educação e dos Assuntos Culturais, Sofia Ribeiro, anunciou o reforço no investimento na Cultural e que será criado em 2024 um apoio “à modernização e digitalização” dos serviços de promoção cultural da Região.

“No próximo ano, o Governo dos Açores vai investir na acessibilidade e na atratividade dos Museus e das Bibliotecas dos Açores, aproximando os jovens da nossa história e do nosso património, contribuindo para fortalecer a cultura identitária açoriana”, frisou.

Berta Cabral defendeu, ainda, que “importa sublinhar que o turismo cultural desempenha um papel fundamental na nossa certificação como «Destino Sustentável», na qual já temos o Nível III, esperando atingir o Nível Ouro em 2024”.

Para a governante, a sustentabilidade não é apenas uma questão ambiental; é também económica, social e cultural.

“No Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo dos Açores (o PEMTA 2030), o turismo cultural e, em particular, a nossa Natureza Humana assumem um papel de destaque, que vai além da mera celebração da nossa rica herança histórica e cultural”, sublinhou.

E prosseguiu: “estas são peças essenciais para criar uma experiência autêntica e profunda para os nossos visitantes, uma experiência que se enraíza na nossa cultura, história e, até mesmo, na nossa paisagem única, tanto a natural, como a transformada pela ação humana”.

Sofia Ribeiro destacou o processo de recuperação de Angra do Heroísmo após o sismo de 1980 e a classificação da cidade como Património Mundial da Humanidade, pela UNSESCO, apenas três anos depois dessa catástrofe.

Berta Cabral referiu, ainda, que “o turismo cultural não se resume à contemplação passiva de monumentos históricos”, apresentando-se como exemplo para “a preservação e imersão nas nossas tradições e história, mas sobretudo do reconhecimento respeitoso das nossas comunidades, valores, costumes e vivências”.

A Secretária com a tutela do turismo adiantou que tudo isto “significa visitar os museus, participar nos festivais e descobrir as histórias que moldaram o povo e a terra dos Açores”.

“É uma oportunidade para partilhar o nosso estilo de vida, compreendendo a riqueza da nossa identidade cultural e a diversidade das nossas comunidades locais”, disse.

“Com esta bienal estamos a marcar um momento de estímulo inequívoco à dinamização e à emergência determinada desta imensa riqueza que temos para oferecer a quem nos visita, proporcionando uma riquíssima programação cultural nos próximos dias, que certamente agitará as ruas de Angra do Heroísmo”, sustentou.

Aliás, para Berta Cabral, é esse o caminho a seguir na valorização do património material e imaterial “como ativos turísticos de excelência” e é também este o momento para “marcar a agenda e deixar bem explícito que o desenvolvimento do turismo cultural e a correspondente estruturação do produto são determinantes para o desígnio central de ter turismo todo o ano em todas as ilhas”.

Em todo este processo, Berta Cabral destacou o papel vital da tecnologia na valorização cultural e na experiência turística.

Segundo referiu, é necessário “saber aproveitar, sem negligenciar ou ignorar, os novos instrumentos que se vão desenvolvendo, como a inteligência artificial, colocando-os ao serviço da sustentabilidade turística”.

“A tecnologia amplia a experiência cultural, tornando-a acessível a todos, independentemente da sua origem ou capacidades físicas, representando um incremento na valorização e na inovação da experiência turística que temos para oferecer. Esta é uma parte essencial da nossa visão para a evolução dos Açores como um destino turístico sustentável de excelência e inovador; e esta é a hora de aproveitarmos essa oportunidade”, concretizou Berta Cabral.

GRA/RÁDIOILHÉU