Concluído o ciclo comemorativo da elevação de Angra do Heroísmo a Património Mundial, a Câmara Municipal deu início a outro: o 50.º aniversário de um acontecimento histórico que derrubou um regime totalitário e iniciou um novo caminho em Democracia e Liberdade. Para o efeito, foi criada uma comissão coordenadora de um vasto plano de atividades, que vai prolongar-se até ao final de 2024.
O primeiro evento decorreu no dia 30 de outubro, com a inauguração de uma exposição, num grupo de painéis concebidos por uma comissão nacional, que os disponibiliza no seu site. A temática incide num conjunto de proibições que o Estado Novo impunha aos cidadãos, cortando liberdades, direitos e garantias a que todo o ser humano deve aceder. A exposição pode ser visitada no átrio superior dos Paços do Concelho, seguindo depois para as escolas, acompanhada de um folheto de apoio, onde é feito o enquadramento histórico de cada painel.
A componente musical é uma das atividades regulares, tendo iniciado no dia 31, com um concerto protagonizado por Samuel, Lúcia Moniz e Nuno Tavares, muito aplaudido pelos presentes no Centro Cultural e de Congressos. Com música e poesia recriou-se o espírito do movimento oposicionista à ditadura, cuja determinação deve ser mantida: defender constantemente a Liberdade conquistada. Nunca deve ser encarada como uma conquista definitiva. Os seus inimigos não desarmam.
Outras atividades ocorrerão até ao final do próximo ano, sendo anunciadas na devida altura. Refiram-se palestras em torno de temáticas que ligam os Açores ao contexto nacional; no próximo dia 11 de novembro, o Doutor José G. Reis Leite enquadrará a evolução da Autonomia no 25 de Abril; a representação de peças teatrais com alunos das escolas e grupos de teatro; algumas paredes da cidade passarão a ter pinturas alusivas ao tema; o desporto nas suas diversas modalidades abrangerá diversas camadas etárias; os centros de convívio marcarão presença com a confeção de cravos e outros lavores, etc.
A reprodução de autocolantes editadas pelo MFA começaram a ser distribuídos aos presentes nas sessões já concretizadas. Recordar abril não é demais: preservar os seus valores e ideais é um dever de todos os cidadãos.
CMAH/RÁDIOILHÉU