SÃO MIGUEL | Resposta às pessoas sem teto, reciclagem porta-a-porta e Cultura nas prioridades do Bloco para Ponta Delgada em 2026

O Bloco de Esquerda aponta o aumento da resposta às pessoas sem-abrigo, através do reforço do projeto “Housing First”, a criação de uma sala de consumo assistido, e a implementação da recolha de resíduos diferenciados porta-a-porta como prioridades do município de Ponta Delgada para 2026. Avelina Ferreira – coordenadora da do Bloco de Esquerda em Ponta Delgada – que marcou presença na reunião de ontem da Assembleia Municipal de Ponta Delgada, com uma intervenção no período dedicado aos cidadãos, criticou a falta de planeamento do projeto “Capital da Cultura” e a falta de transparência do executivo na divulgação das datas e do conteúdo das reuniões municipais.

Sendo a prevalência de pessoas sem teto um dos principais problemas no concelho de Ponta Delgada, Avelina Ferreira questionou o executivo de Pedro Nascimento Cabral sobre o desenvolvimento do projeto “Housing First”, com o objetivo de saber quantas unidades habitacionais estão previstas serem construídas já em 2026.

Tendo em conta que no mandato anterior foi aprovada, por maioria, com apenas uma abstenção, uma proposta do Bloco de Esquerda que recomendava a criação de pelo menos uma unidade de saúde pública para o consumo assistido de estupefacientes, Avelina Ferreira – autora da proposta enquanto deputada municipal – perguntou quando seria cumprida esta recomendação.

Note-se que o objetivo de uma sala consumo assistido é a remoção da via pública do consumo de drogas, a prevenção e tratamento das consequências de comportamentos aditivos e a possibilidade de referenciar as pessoas toxicodependentes para tratamento da sua adição.

Em relação ao planeamento dos eventos da “Capital Portuguesa da Cultura, 2026”, a dirigente do Bloco lamentou que a população e os agentes culturais de Ponta Delgada ainda estejam “às escuras” e pediu esclarecimentos ao presidente da autarquia.

“Finalmente, pergunto, se o orçamento contempla as despesas inerentes à recolha de resíduos diferenciados de porta-a-porta e a educação pública sobre o que constituem materiais recicláveis. Para quando o início desse programa de gerência de resíduos, que é uma exigência europeia e uma necessidade local?”, questionou ainda Avelina Ferreira.

Na sua intervenção, a coordenadora do Bloco em Ponta Delgada defendeu ainda que o site da autarquia devia ser mais simples e que toda a informação relativa ao funcionamento das Assembleias Municipais – como convocatórias, ordens de trabalhos e atas – deviam estar atualizadas e ser de muito fácil acesso.

“Se, por um lado, defendemos a democracia, que se quer participativa, por outro lado, não podemos negligenciar a transparência no que se refere à convocação e deliberações em ata da Assembleia Municipal de Ponta Delgada”, afirmou Avelina Ferreira.

BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU