SÃO MIGUEL | Povoação. PSD reprova Orçamento de gestão corrente e com falta de diálogo
Os vereadores eleitos pelo PSD na Câmara Municipal da Povoação votaram contra o Orçamento para 2026, considerando que o mesmo “não responde aos desafios que o concelho enfrenta, limitando-se a uma gestão corrente, com uma marca profunda de falta de diálogo com as forças vivas da Povoação”.
Para Francisco Gaspar e Edite Miguel, “esperava-se muito mais do primeiro orçamento deste mandato, pois havia a oportunidade de redefinir prioridades, de iniciar um novo ciclo e dar esperança às pessoas. Pelo contrário, esta Câmara do Partido Socialista, repete as escolhas do passado, sem ambição nem visão estratégica para o concelho”.
“Em vez de apostar numa estratégia de crescimento económico, demográfico e social, vimos um documento que apenas representa uma linha de continuidade, marcada pelas mesmas insuficiências e pela mesma falta de capacidade transformadora que tem marcado a governação socialista na Povoação”, afirmam.
“Continuamos sem um orçamento participativo, sem processos de auscultação, sem um diálogo estruturado com os agentes económicos, sem o envolvimento de qualquer cidadão em matérias de investimento e ações diversas para as suas localidades, numa ausência que já não é apenas uma falha política, mas um atraso democrático”, constatam Francisco Gaspar e Edite Miguel.
Os vereadores eleitos pelo PSD referem que, “no domínio económico, não foi apresentada qualquer estratégia clara de apoio ao empreendedorismo, à inovação ou à criação de emprego”, não havendo “projetos para atração de investimento empresarial, novas atividades económicas para fixar jovens, nem diversificação da economia local”.
“Mesmo no Turismo, apesar de sermos um concelho com enorme potencial natural, falta uma reorganização efetiva da oferta, sem se ver solução para o caos rodoviário das Furnas, onde faltam o prometido parque de estacionamento, o sistema de mobilidade interna há muito apregoada com a aquisição de minibus e uma estratégia de trilhos devidamente articulada”, adiantam.
“A Habitação será talvez o problema mais grave e transversal que enfrentamos, sendo que a Povoação foi o único concelho de São Miguel que não teve qualquer candidatura aprovada ao ‘1º Direito’, perdendo-se uma oportunidade histórica de captar financiamento para dar resposta à enorme carência habitacional que afeta todas as nossas freguesias”, explicam.
Francisco Gaspar e Edite Miguel dizem mesmo que “a Estratégia Local de Habitação foi aprovada tarde, porque os processos não foram preparados a tempo, e porque este Executivo não investiu um único euro relevante nesta área. Enquanto concelhos como Vila Franca do Campo e Nordeste, este último com menos recursos e ambos ainda em reequilíbrio financeiro, investem milhões na construção e reabilitação urbana, a Povoação continua parada, sem estratégia, sem execução e sem resultados”.
Aqueles autarcas lamentam que o Plano Plurianual de Investimentos “revele uma prática de gestão de expectativas falhadas, com obras que transitam sem execução real, com a maioria dos edifícios municipais num estado de pobre conservação ou mesmo degradação acentuada. E as poucas novas obras são episódios pontuais e insuficientes, que não corrigem décadas de atraso acumulado”, frisam.
“Estamos perante uma Câmara que gasta mais para existir e menos para fazer, como se comprova no fraco desempenho em projetos de investimento cofinanciados por participação comunitária, cuja provisão e aproveitamento são cada vez menores”.
“Além disso, há um aumento drástico da despesa corrente e uma queda acentuada na despesa de capital, privilegiando gastos em detrimento de investimentos. Essa é a realidade que vemos, e que cada vez mais povoacenses também começam a ver”, concluem Francisco Gaspar e Edite Miguel.
PSD/AÇORES/RÁDIOILHÉU
