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SÃO MIGUEL | “Não se pode promover turismo sem infra-estruturas básicas em locais emblemáticos”

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O CHEGA esteve hoje, novamente, no Miradouro da Vista do Rei, nas Sete Cidades, para denunciar o facto das casas-de-banho ali existentes estarem encerradas e sem servidão para os milhares de turistas que passam naquele local emblemático de São Miguel.

Os deputados José Pacheco e Olivéria Santos, voltaram a lembrar que o assunto já motivou um requerimento do CHEGA, tendo obtido do Governo Regional “uma resposta ridícula. Dizia-se que as casas de banho estavam fechadas porque era uma forma de promover a freguesia das Sete Cidades. As pessoas se quisessem ir à casa-de-banho, iam às Sete Cidades. Só mesmo no mundo da fantasia é que podemos ter respostas destas”, referiu José Pacheco.

Para o líder parlamentar do CHEGA, “houve um investimento, e bem, de criar aqui uns sanitários para os milhares de pessoas que visitam esta zona, que é um dos principais pontos turísticos da ilha, mas ao fim de algum tempo a funcionar, por artes mágicas ou decisão governativa, fecharam-se as casas-de-banho, o que é simplesmente ridículo”.

Aliás, o CHEGA tem alertado para a necessidade de haver sanitários públicos noutros pontos turísticos dos Açores que poderiam ser pagos – “como já existe pelo mundo fora” – que será uma forma de dar dignidade aos visitantes e preservar a natureza à volta destes locais turísticos, que são usados pelos visitantes como casas-de-banho ao ar livre.

“Se queremos ter turismo, temos de saber receber. E saber receber é ter esta infra-estrutura, onde se investiu muito dinheiro, a funcionar. Se há falta de gente, é pôr quem não trabalha a tomar conta disso. Não podemos dizer que queremos turistas e eles chegam cá e não têm as infra-estruturas mínimas e andam a recorrer à mata e ao hotel abandonado”, referiu José Pacheco.

Para o líder parlamentar do CHEGA trata-se de uma questão simples de resolver. “O Governo Regional tem de pôr ordem na casa. Um Governo que não consegue ter umas casas-de-banho a funcionar num local público, não sei o que anda a fazer. Isso é uma coisa mínima. É pôr vários turnos a tomar conta, criar condições necessárias para funcionar”, reforçou.

O CHEGA denuncia que são gastos anualmente milhares de euros em promoção dos Açores, “mas quando os turistas chegam cá, é isto que temos para lhes oferecer. Temos belezas naturais, mas também temos de ter infra-estruturas mínimas para haver dignidade”. José Pacheco contou uma denúncia que teve recentemente de um emigrante nos Estados Unidos da América, “que trouxe consigo alguns turistas americanos e ele disse que tinha tido vergonha da sua terra, pelo estado em que temos estas casas-de-banho num local tão visitado e onde as pessoas têm de ir para junto das árvores ou para o hotel abandonado, para fazerem as suas necessidades fisiológicas”.

O Grupo Parlamentar do CHEGA vai continuar a denunciar esta situação, alertando para a necessidade de haver casas-de-banho noutros locais turísticos de grande afluência. “O difícil é, muitas vezes, construir. No caso da Vista do Rei, as casas-de-banho já existem. Estão fechadas sem que se perceba porquê”, disse José Pacheco. O parlamentar denunciou que há cerca de um mês – numa outra visita do CHEGA à Vista do Rei – as casas-de-banho estavam fechadas a cadeado e uma delas estava aberta e estava a ser usada, mesmo sem condições. Certo é que recentemente os cadeados foram retirados e as portas foram reforçadas para não se conseguirem abrir.

Os deputados do CHEGA notaram também que existem poucos caixotes de lixo num local tão emblemático de São Miguel, e dos Açores, e que os que existem estão sub-dimensionados e sem a recolha atempada. Hoje, a meio da manhã, todos os caixotes do lixo existentes no local – quer no Miradouro, quer junto aos parques de estacionamento – estavam cheios e alguns com lixo já no chão. “Isto é inadmissível. Não podemos ter os nossos pontos turísticos com lixo por recolher a meio da manhã e com maus cheiros”, enfatiza José Pacheco.

CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.