SÃO MIGUEL | IL pede esclarecimentos sobre atraso nas obras, mas Câmara Municipal de Ponta Delgada não esclarece

A Deputada da Iniciativa Liberal (IL) na Assembleia Municipal de Ponta Delgada, Alexandra Cunha, suscitou, esta segunda-feira, esclarecimentos ao executivo camarário sobre os atrasos de quase um mandato nas obras do Pavilhão Multiusos da Freguesia dos Mosteiros, mas apenas ficou a saber que a obra não se concluiu devido às intempéries que atingiram o Concelho nos últimos anos.
Na sessão da Assembleia Municipal de junho, Alexandra Cunha dirigiu-se ao Presidente do Município para colocar a questão que “há muito inquieta os mosteirenses e que exige uma resposta clara, transparente e urgente, sem subterfúgios ou justificações vagas”, e que se prende com “a obra inacabada do Pavilhão Multiusos da Freguesia dos Mosteiros”.
“Trata-se de uma infraestrutura essencial para a coesão social, a prática desportiva, o desenvolvimento cultural e a qualidade de vida da população daquela freguesia, uma população que vive nos limites geográficos do Concelho, frequentemente esquecida nas prioridades do executivo municipal”, disse a eleita liberal, lembrando que “a obra foi anunciada em 2021, com um investimento previsto de cerca de 130 mil euros, valor esse que constava de uma placa informativa colocada no local, mas, entretanto, mandada retirar, há cerca de duas ou três semanas, por ordem do Presidente da Câmara, o que só adensa as dúvidas”.
A Deputada Municipal da IL lamenta que, mais do que uma obra inacabada, “estejamos perante mais um processo mal explicado, com decisões contraditórias, que levanta dúvidas legítimas”, uma vez que “já no mandato deste executivo camarário, em 2022, 2023 e 2024, apesar de o pavilhão estar incompleto, o espaço foi utilizado para as festas do Espírito Santo e para o Festival das Marés”. Agora, em 2025, a Autarquia não autorizou nenhum daqueles eventos.
“A própria Câmara Municipal chegou a disponibilizar trabalhadores para adaptar o espaço às necessidades desses eventos. Este ano, a Câmara recusou autorizações para utilização do pavilhão, precisamente para as mesmas festas que antes se realizavam no local, e recusou ainda a realização de um evento solidário. Qual a justificação? O que mudou, Sr. Presidente? Quais as razões técnicas, legais ou políticas por detrás desta mudança de posição, uma vez que em 2023 e 2024 a obra se encontrava na mesma situação?”, questionou.
Sem responder a nenhuma destas questões, o executivo municipal limitou-se a justificar o atraso na obra com a necessidade de realocação de meios financeiras para fazer face aos prejuízos de intempéries que assolaram o Concelho nos últimos anos.
Mas tal justificação não colheu junto dos liberais e Alexandra Cunha insistiu: “Existem registos fotográficos no referido pavilhão, de membros do Governo Regional e do executivo camarário a participar nas tais festas e agora, esse mesmo espaço, o qual não sofreu qualquer desenvolvimento em termos de obras, é considerado inapto? Para quando a conclusão desta obra? Quando se reiniciam as obras? O que se passou concretamente neste processo? Falta de dinheiro para a sua conclusão?”.
Mais um conjunto de perguntas que ficou sem respostas, ao ponto da eleita da IL ter concluiu com lamento: “Um executivo que anuncia milhões, mas não tem uns tostões para acabar uma infraestrutura tão importante para os mosteirenses, que continuam sem acesso a uma infraestrutura desportiva, de apoio à atividades física, obrigando a que um número considerável de crianças da Freguesia dos Mosteiros se tenham que deslocar para outras freguesias para praticar desporto, muitas vezes sem transporte próprio, já para não falar nos idosos que poderiam ter ali um espaço digno para atividades físicas. Este local concluído permitiria reunir a comunidade em torno de eventos culturais, sociais e recreativos”.
Criticando a ausência de respostas às perguntas colocadas, Alexandra Cunha afirmou que “a população tem direito a respostas claras sobre este processo”, deixando, por isso, “em nome dos mosteirenses, uma pergunta simples, mas fundamental: porque não concluíram a obra do Pavilhão Multiusos dos Mosteiros, que tanta falta faz à freguesia?”.
IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU






