O Grupo Parlamentar do CHEGA Açores insiste na importância de haver mais diversificação na agricultura, além do leite e da carne, para que se consigam oferecer produtos locais sem necessidade de importação, mas também para haver um “plano B” num sector que sempre viveu de ciclos.
No final de uma reunião com a Direcção da Associação de Agricultores de São Jorge, o líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco, alertou que a Região tem de ter alternativas para o sector agrícola. “Temos de diversificar, porque se houver uma intempérie, não vai necessariamente acabar com tudo. Temos de fragmentar positivamente, porque um dos maiores males da agricultura nos Açores foi nunca ter tido um “plano B”. Era tudo para uma área, com muitos subsídios, e outras áreas – como as hortícolas ou as frutas – não eram sequer faladas”, referiu José Pacheco.
Ao nível da diversificação, o parlamentar falou também na necessidade de adaptar o produto de excelência de São Jorge – o queijo – ao mercado. Como exemplo, e fazendo menção ao aumento do turismo, José Pacheco falou na possibilidade de se fazerem queijos de São Jorge mais pequenos, mais adaptados à restauração e até mesmo para transporte por parte dos turistas.
“O produto está valorizado, é um produto de excelência, mas pode-se fazer mais”, explicou o líder parlamentar do CHEGA que ressalvou que, actualmente em São Jorge, o preço do leite pago ao produtor está no patamar dos 0,49€ e os 0,55€, “que é um preço justo, face às queixas que até há pouco tempo, os produtores de leite nos faziam”.
No entanto, os parlamentares também anunciaram que vão voltar a apresentar na Assembleia Legislativa Regional um diploma para controlar as margens comerciais de alguns produtos. “O queijo de São Jorge sai com um preço muito baixo da fábrica, mas depois chega ao consumidor com um preço muito elevado, porque as margens comerciais que a grande distribuição pratica são muito elevadas. Penso que se tem de encontrar um equilíbrio. Vamos insistir com a necessidade de haver margens de comercialização e tem de haver fiscalização”, reforçou José Pacheco.
Além do preço do leite, há que continuar a investir em todas as infra-estruturas que permitem chegar a um leite de excelência, que produz um queijo único. “As questões da agricultura também têm a ver o acesso às pastagens, com a limpeza dos caminhos agrícolas, com o acesso à água nas explorações, com as lagoas artificiais de retenção que há necessidade de construir. Tudo está por fazer”, ressalvou José Pacheco.
No último dia de Jornadas Parlamentares em São Jorge, os deputados do CHEGA também voltaram a denunciar a falta de regularidade e previsibilidade dos transportes marítimos inter-ilhas, que impede a exportação, por exemplo, de animais vivos para outras ilhas.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU
