A Associação Regional dos Criadores de Caprinos e Ovinos dos Açores – ARCOA tem vindo a apostar na inovação em Santa Maria e abriu recentemente uma queijaria que, além de produzir queijo de vaca curado e queijo fresco de vaca, também tem apostado no queijo de ovelha, de forma mais sazonal. No entanto, a inovação e experimentação levou a consequentes problemas financeiros que foram relatados ao CHEGA pelo Presidente da ARCOA, Aníbal Moura.
Apesar das dificuldades, a Associação quer continuar a apostar na dinamização da economia mariense e a valorização da carne de borrego e de cabrito poderá ser uma solução. Para o deputado José Pacheco a valorização desta carne “pode ser uma fuga num outro caminho, que pode ser uma alternativa de rentabilidade aos produtores marienses”. No entanto, conforme frisou, há ainda trabalho a fazer nomeadamente ao nível da promoção. “O Governo Regional pode dar alguma ajuda nesta promoção, para que as pessoas também possam aprender a apreciar a carne de borrego e de cabrito – como se faz noutras parte do país – e aí sim, podemos ter uma alternativa de rentabilidade”, explicou.
A ARCOA conta actualmente com cerca de 50 associados e labora por dia 200 litros de leite de vaca e, entre Janeiro a Junho, cerca de 150 litros de leite de ovelha. Os produtos são essencialmente comercializados na própria ilha e escoados para São Miguel, mas a ARCOA pretende implementar o queijo de vaca curado, o queijo de vaca fresco e o queijo de ovelha nas restantes ilhas do arquipélago.
Da reunião com a ARCOA foi ainda transmitido ao CHEGA que a falta de mão-de-obra pode colocar em causa esta ambição, até porque outro dos negócios tão característico de Santa Maria – a lã de ovelha – acabou por desaparecer face a esse mesmo problema. José Pacheco lamenta que a tão afamada lã de Santa Maria tenha deixado de ter viabilidade ao nível da comercialização e mesmo ao nível do artesanato, “algo que se prende também com a falta de mão-de-obra e de saberes. Se não há mão-de-obra, não há quem ensine e quem dê continuidade”. Tal como se vem sentindo noutros sectores de actividade, a falta de mão-de-obra é uma preocupação constante para a ARCOA e para o CHEGA.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU