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REGIÃO | PS/Açores denuncia “56 professores fantasma” na Escola Básica e Secundária das Flores

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O Grupo Parlamentar do Partido Socialista dos Açores denunciou, esta quarta-feira, uma situação alarmante na Escola Básica e Secundária das Flores, relacionada com a existência de “56 professores fantasma”, ou seja, docentes que constam nos quadros da ilha, mas que nunca chegaram a lecionar naquela escola.

“Foi-nos informado, quer pela Associação de Pais, como posteriormente confirmado pela Escola, a existência de 56 “professores fantasma”, como os próprios os designam, que constam no quadro da escola, mas que nunca lecionaram, situação que se tem vindo a agravar a cada ano, para a qual o PS/Açores já havia alertado o Governo Regional quando decidiu efetuar alterações nessa matéria, adiantou a deputada eleita pela ilha das Flores, Dora Valadão. 

Para além disso, acrescentou, “embora a Secretaria Regional da Educação afirme que faltam apenas dois professores em toda a Região, só na ilha das Flores faltam três, pelo que a situação é pior do que o que assume a tutela”.

Segundo a deputada, a falta de assistentes operacionais é outra questão preocupante. “Embora a tutela alegue que os rácios são cumpridos, não estão garantidas as condições de segurança para os alunos”, referiu. 

Estas situações foram denunciadas pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da ilha, numa reunião esta terça-feira, bem como pelo Conselho Executivo da Escola Básica e Secundária das Flores, hoje, no âmbito de uma visita que o grupo parlamentar do PS/Açores está a realizar àquela ilha.

Segundo a parlamentar, a Associação de Pais e a própria escola identificaram várias outras preocupações, designadamente com a infraestrutura escolar, em especial o edifício do primeiro ciclo, que se encontra em condições tão precárias que os alunos do 4.º ano já tiveram de ser transferidos para o edifício do segundo ciclo”.

“Também houve atrasos significativos na disponibilização dos manuais digitais, que, apesar de terem sido solicitados a tempo por parte da escola, não chegaram no início do ano letivo, para além de que a Associação de Pais defende que estes manuais devem ser um recurso complementar, e não exclusivo”, acrescentou.

“Não queremos estar constantemente a criticar o setor da educação, mas face às denúncias e reivindicações feitas pela Associação de Pais e confirmadas pela escola, enviadas à tutela em maio e que, até à data, não receberam qualquer resposta, mesmo após insistências, não podemos deixar de sinalizar esta situação”, adiantou Dora Valadão.

“Este é mais um exemplo do abandono a que a ilha das Flores tem sido sujeita pelo atual Governo de coligação. Este e outros exemplos servem apenas para demonstrar como a ilha das Flores foi deixada ao abandono. Não há justificação para que as preocupações e os anseios dos florentinos continuem sem resposta e sem ação, deixando a população entregue à sua sorte”, sublinhou.

“O PS/Açores exige uma resposta imediata por parte do Governo Regional, uma vez que a falta de soluções para a educação nas Flores é inaceitável e demonstra uma preocupante falta de planeamento e de compromisso com o futuro da ilha”, concluiu.

GPPS/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.