REGIÃO | Paulo do Nascimento Cabral propõe a criação de novos instrumentos de gestão de crises para fazer face à seca
O Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral defendeu “novos instrumentos de gestão de crises na agricultura, nomeadamente o aumento da dotação da reserva agrícola da Política Agrícola Comum, manifestamente insuficiente para fazer face à quantidade e gravidade dos eventos extremos que assistimos, o reforço da aposta na ciência e inovação, na agricultura de precisão e na digitalização, de modo a aumentar a eficiência na utilização da água e desenvolver espécies e variedades vegetais mais adaptadas às novas condições edafoclimáticas”, tendo ainda acrescentado que “é preciso melhorar a captação e armazenamento de água, pois ainda há muita água a correr diretamente para o mar”.
Paulo do Nascimento Cabral interveio na Sessão Plenária durante o debate sobre a “seca e fenómenos meteorológicos extremos que põem em risco as comunidades locais e a agricultura da UE”, que decorreu esta manhã no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
“Se numa parte da europa temos cheias que deixam um rasto de destruição, na outra, como em Portugal, os fogos e a seca ameaçam vidas humanas e destroem florestas e campos de cultivo”, afirmou, especificando que “as consequências são severas: menos produção de alimentos, preços a subir, e teremos de aumentar as importações, colocando em risco a soberania alimentar da União. Segundo um estudo do Centro Comum de Investigação, da Comissão Europeia, se nada for feito, a produtividade do milho em grão irá contrair 22% e a do trigo 49%”, e isto, segundo o Eurodeputado, é muito grave.
O Eurodeputado destacou ainda que estes eventos “provocam uma enorme pressão sobre os agricultores, que apresentam quebras significativas de produção, custos cada vez maiores, e colocam em risco a própria alimentação dos animais”, dando como exemplo “os Açores, nomeadamente nas ilhas Graciosa, Pico e São Jorge, mesmo com o apoio constante do Governo dos Açores”.
Paulo do Nascimento Cabral alertou que os agricultores olham para os próximos meses com incerteza, pedindo respostas europeias, e encerrou a sua intervenção com “uma palavra de ânimo e esperança para os nossos agricultores”.
PE/RÁDIOILHÉU