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REGIÃO | “Fundos Europeus serviram para construir demasiados elefantes brancos nos Açores”

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A opinião é do deputado do CHEGA, Francisco Lima, que marcou presença ontem no painel “A Política de Coesão nos Açores: visão política”, numa conferência intitulada “A Política de Coesão: os desafios actuais e futuros”, organizada pelo eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral.

Francisco Lima indicou que os Açores continuam a ser uma das regiões mais pobres da Europa, mantendo os mesmos problemas estruturais que se registavam há 50 anos, tendo sido direccionados demasiados recursos da União Europeia para o sector público, “muitos deles inúteis”. E deu como exemplos: “campos de futebol ou relvados sintéticos, mas sem equipas de futebol, salões que só abrem para o Carnaval, piscinas que nunca abriram ao público ou centros de formação sem alunos ou com cursos inúteis”.

O deputado do CHEGA Açores deu também como exemplo o Plano de Recuperação e Resiliência – PRR, como prova da “falta de flexibilidade da União Europeia para com as Regiões Ultraperiféricas”. Nomeadamente, pela imposição de “agendas sem ter em consideração a subsidiariedade”, pois o PRR foi desenhado em Bruxelas, sem ter em conta as reais necessidades das regiões que mais necessitavam dessas verbas.

Apesar dos muitos milhões que chegam de Bruxelas, continuou Francisco Lima, é flagrante a falta de canalização para as reais necessidades para que possam tornar os Açores uma Região mais competitiva, com menos desigualdades e com espírito empreendedor. É disso exemplo a “falta de concorrência nos sectores dos transportes e da energia”, mas também o excesso de regulamentação por parte da própria Europa.

“Os Programas Operacionais são um exemplo da incapacidade da Região em aproveitar fundos comunitários. É a constatação que, com tanto tempo, não se fez nada” e deu o exemplo do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum – PEPAC, que “dois anos depois nem abriram ainda as candidaturas”.

Finalizando a sua intervenção, Francisco Lima recomendou um regresso ao espírito inicial proposto pelos fundadores da União Europeia, “assentes na economia e livre circulação de bens e serviços, mas sem se querer imiscuir em todos os assuntos, refém do wokismo e radicalismo ambiental. Não podemos confundir inclusão com ditadura das minorias”, defendeu o parlamentar.

CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.