Filmes de montanhas, cultura montanhosa e cenário em montanha foi o primeiro objectivo da programação do Montanha Pico Festival que anualmente, desde 2015, apresenta cinema na montanha mais alta de Portugal, a ilha do Pico. Nos últimos anos, sessões “made in azores”, dedicadas ao que se faz nas ilhas dos Açores, foram adicionadas ao programa, criando uma oportunidade para obras produzidas nas ilhas, ou por açorianos, chegarem ao grande ecrã local.
“A Mulher que Morreu de Pé”, o último filme de Rosa Coutinho Cabral, é uma longa-metragem “made in azores” e arranca a edição de 2025 do festival. O filme faz as honras de abertura na sexta-feira, 3 de janeiro, às 21h no Auditório da Madalena, e está nomeado para os PAA! Awards – Prémios Audiovisuais Açorianos, a acontecer no dia seguinte.”O que me interessou, como em todos os filmes que faço sobre uma pessoa, foi encontrar a forma cinematográfica de Natália Correia, admite a realizadora Rosa Coutinho Cabral, adicionando estar “muito contente por voltar a fazer parte do festival”, depois de ter apresentado o filme “Coração Negro”, uma obra de ficção rodada na própria ilha do Pico.
“A Mulher que Morreu de Pé”, mais do que um documentário ficcionado, é um casting poético com actores que deambulam entre um filme e um peça de teatro, que conta com alguns amigos de Natália Correia, e com a máquina documental do seu enorme arquivo, que permitiu a realizadora fazer uma longa viagem, poética e emocional, “à procura da minha Natália, a poeta e antifascista toda a vida, movida pela liberdade contra qualquer forma de opressão.”
Natália é, sem dúvida nenhuma, uma das figuras mais importantes da cultura, literatura e política portuguesa, antes e depois do 25 de Abril.
Rosa Coutinho Cabral nasceu em Ponta Delgada. Na sua adolescência segue rumo a Lisboa, onde se licencia em cinema na Escola de Cinema do Conservatório Nacional. Paralelamente, à carreira enquanto realizadora, trabalha como encenadora. Da sua filmografia destacamos o já mencionado “Coração Negro”, pelo qual g
anhou o Prémio de Melhor Realizadora no Krajina Film Festival (Bósnia), em 2017, recebeu o Prémio do Público para Melhor Filme, no Caminhos do Cinema Português e Best Feature Film no ARFF International Film Festival em Amsterdão, entre outros.
No fim de semana de 3 a 5 de janeiro, a programação no Auditório da Madalena é recheada de filmes “made in azores”. O Montanha Pico Festival continua no mês de janeiro, até dia 30, nos ecrãs do Museu dos Baleeiros, às terças, e no Auditório Municipal das Lajes do Pico, às quintas. Para mais informação e agenda visite o picofestival.com e siga a página no Facebook.
MIRATECARTS/RÁDIOILHÉU