REGIÃO | Direita rejeita proposta do Bloco para combater precariedade que atinge 3 mil trabalhadores no sector público nos Açores
Os dados oficiais apontam para mais de três mil trabalhadores precários na administração pública nos Açores. O Bloco apresentou uma proposta para integrar todos os que estejam a preencher necessidades permanentes, mas PSD, CDS, PPM, CH e IL votaram contra.
As estatísticas públicas mais recentes mostram que na administração pública regional existem 1668 trabalhadores ao abrigo de programas ocupacionais, mais de uma centena de bolseiros ocupacionais, 2303 trabalhadores com contratos a termo e 180 trabalhadores a recibos verdes.
“É impossível que todos estes trabalhadores sejam apenas necessidades transitórias”, afirmou António Lima, lembrando que são estas pessoas “que garantem o funcionamento de serviços públicos: escolas, centros de saúde e vários serviços da administração pública regional”.
António Lima deu o exemplo concreto que um trabalhador que está há 13 anos na mesma escola “a saltar de programa em programa” e deixou a questão: “Que sistema de ensino é este que usa e abusa das pessoas ao longo de anos e não lhes garante o mínimo de estabilidade?”.
“Estes trabalhadores querem trabalhar. Não querem apoios que chegam com a pesada contrapartida da incerteza. Querem trabalho, direitos, estabilidade e segurança para quem garante serviços públicos a funcionar”, disse o deputado do Bloco.
António Lima garante que “enquanto houver um trabalhar precário na administração pública ou no sector privado, o Bloco de Esquerda vai estar ao seu lado” porque se trata de uma grande injustiça que provoca instabilidade nas suas vidas, tornando impossível, por exemplo, algo tão simples como aceder a um crédito a habitação.
“Sabemos que quem trabalha nestas situações de precariedade, apesar da instabilidade e do medo que por vezes têm, não vão desistir de lutar pelo que é justo”, concluiu António Lima.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU
