
A SATA divulgou, em resposta a um requerimento do CHEGA Açores, as rotas que não foram viáveis e contribuíram para os resultados negativos em 2024, justificando a sua manutenção no ano passado com os “prejuízos resultantes de indemnizações e os danos reputacionais que seriam superiores aos actualmente registados”.
A SATA afirma que o actual Conselho de Administração – que iniciou funções a 11 de Julho de 2024 – optou por não cancelar no imediato as referidas rotas, mas em 2025 já não voltarão a fazer parte da oferta da companhia aérea.
As rotas deficitárias apontadas pela SATA são as que fazem ligação entre os Estados Unidos da América e o Canadá atrás da Madeira [Funchal/Boston/Funchal; Funchal/Toronto/Funchal; Funchal/Nova Iorque/Funchal], mas também as ligações entre o Porto e as principais cidades da diáspora Açoriana nos Estados Unidos da América e no Canadá [Porto/Boston/Porto; Porto/Toronto/Porto; Porto/Nova Iorque/Porto], assim como a rota Ponta Delgada/Londres/Ponta Delgada.
As ligações entre a Terceira e Nova Iorque e a Terceira com Boston também contribuíram para as contas negativas do Grupo SATA, até porque apresentaram resultados negativos durante o Inverno. O mesmo acontecendo com a rota Ponta Delgada/Milão/Ponta Delgada que também teve resultados negativos no Inverno.
Na resposta ao requerimento enviado pelo CHEGA pedindo as contas do Grupo SATA referentes a 2024, fica a saber-se que as rotas que apresentaram uma melhor performance financeira foram as de Ponta Delgada e Terceira para Lisboa e para o Porto, bem como as rotas a partir de Ponta Delgada e com destino a Boston, Toronto, Montreal, Bilbao e Frankfurt.
Quanto às contas negativas do Grupo SATA em 2024, perante um aumento de disponibilidade, de número de passageiros transportados e da taxa de ocupação média, pode ler-se na resposta ao requerimento que a explicação é “multifactorial”, com factores operacionais e não operacionais.
Em concreto na Azores Airlines, a contratação de ACMI’s exclusivamente para novas rotas [prejuízo de 9 milhões de euros], a revisão de acordos de empresa de pilotos e tripulantes de bordo [10 milhões de euros], o processo contra a Hifly referente ao “Cachalote” [6,4 milhões de euros], aumento dos custos de manutenção, particularmente com motores [5 milhões de euros], e indemnizações relativas a irregularidades relativas a 2023 [3,2 milhões de euros], foram responsáveis pelo impacto relevante no EBITDA.
Houve também impactos não operacionais, sem expressão em EBITDA, relativos a incrementos das depreciações e amortizações em resultados da entrada de novas duas aeronaves na frota [13,4 milhões de euros] e a imparidades registadas em 2024 [-4 milhões de euros].
Já na SATA Air Açores, a revisão dos Acordos de Empresa [3,6 milhões de euros], correcção de metodologias de apuramento das responsabilidades futuras da empresa no Plano de Pensões, [1,4 milhões de euros], o aumento dos custos de manutenção, particularmente de motores [4,9 milhões de euros] foram os principais responsáveis pelos resultados negativos.
Para o CHEGA Açores, “há decisões que já deviam ter sido tomadas há muito mais tempo, como por exemplo acabar com rotas deficitárias. Numa empresa privada, quando não se alcançam os objectivos repensa-se o caminho traçado e há muitas empresas que encerram porque não são viáveis. Na SATA não se pode ter medo de avançar com uma solução semelhante, para o bem do desenvolvimento económico dos Açores”, afirmou o líder parlamentar José Pacheco.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU






