Os transportes marítimos são essenciais para os Açores, mas são também um grande custo quer à exportação quer à importação. O CHEGA não é indiferente a este custo e, por isso, entende ser fundamental haver ajudas do Governo da República aos transportes marítimos nos Açores.
O assunto foi abordado numa reunião entre os deputados do CHEGA, José Pacheco, Olivéria Santos e Miguel Arruda, e a Direcção da Associação Agrícola de São Miguel, tendo sido reconhecido que os transportes marítimos são fundamentais para a valorização dos produtos regionais de excelência.
Isso mesmo indicou o deputado do CHEGA à Assembleia da República, Miguel Arruda, que deu o exemplo das Canárias em termos de transportes marítimos. “Devia haver ajudas do Estado central aos transportes dos Açores. Os Açorianos são portugueses de primeira e devemos ser tratados como portugueses de primeira. As ajudas nos transportes são importantíssimas e deve ser a República a providenciar um bom modelo de transportes marítimos”, defendeu o parlamentar.
Outra das questões abordadas na reunião com a Direcção da Associação Agrícola de São Miguel, presidida por Jorge Rita, foi o baixo preço do leite pago à produção. Feitas as contas, referiu Miguel Arruda, os produtores de leite dos Açores estão a perder dinheiro, por haver dumping comercial – venda de produtos lácteos abaixo do preço de custo. E explicou: “nos Açores a média do preço de leite pago ao produtor é de 0,40€, enquanto no continente a média é de 0,47€ e na Europa é de 0,48€. O nosso leite é de excelente qualidade, e toda a gente o reconhece, mas o custo médio de produção de um litro de leite é de 0,42€. Os nossos produtores estão a perder dinheiro”.
Para Miguel Arruda, acompanhado por José Pacheco e Olivéria Santos, tem de haver algum proteccionismo dos produtos regionais e deve ser criado algum mecanismo de regulação do preço do leite que, apesar da excelência, não reflecte o preço pago aos produtores.
O deputado à Assembleia da República reclamou ainda que estão por receber do Governo da República 19,7 milhões de euros, prometidos no início da Guerra da Ucrânia aos produtores Açorianos, para mitigar o aumento dos custos de produção. “Este dinheiro foi prometido aos produtores Açorianos, mas nunca chegou. Isso é gravíssimo. Se os produtores nacionais tiveram aumentos dos custos de produção, nós aqui também tivemos. Possivelmente até mais agravados”, reforçou o parlamentar que se mostrou “muito preocupado” com o futuro da agricultura a nível regional.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU