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REGIÃO | Chega alerta que transporte público escolar em São Miguel pode estar em causa

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O CHEGA alertou para o perigo de em Setembro não haver transporte público escolar na ilha de São Miguel, uma vez que as empresas de transporte colectivo de passageiros que operam na ilha não conseguem actualizar os salários dos motoristas e restantes profissionais que trabalham no sector.

Uma questão que tem directamente a ver com o concurso público de transporte público terrestre de passageiros que foi sendo sucessivamente prorrogando, mantendo-se em vigor o que foi aprovado em 2016. Uma situação que não se coaduna com as exigências e valores actuais.

Os deputados do CHEGA, José Pacheco e Olivéria Santos, estiveram reunidos com Nuno Amaral, da Direcção do Sindicato dos Profissionais dos Transportes, Turismo e Outros Serviços de São Miguel e Santa Maria, que lembrou que recentemente os motoristas de transportes públicos estiveram em greve por uma actualização salarial.

“Primeiro temos a questão da desigualdade do território nacional, já que no continente um motorista ganha 1.180 euros por mês e nos Açores ganha 936 euros”, referiu José Pacheco que acrescentou que “os motoristas e todos os que trabalham nos transportes públicos, começam a ficar saturados. Tentam fazer valer os seus direitos, mas a verdade é que os motoristas vão saindo das empresas. Se não é aliciante a profissão, eles saem, ou passam para empresas de turismo onde ganham melhor. Nos Açores ganhamos mal, mas não podemos manter um serviço público pagando mal às pessoas”.

O dirigente sindical indicou aos deputados do CHEGA que houve recentemente uma proposta de aumento salarial, no âmbito do Acordo Colectivo de Trabalho, que foi aceite pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada e pelas empresas que prestam este serviço, mas que as mesmas não podem concretizar por não terem capacidade financeira de acompanhar estes aumentos. “As empresas que prestam esse serviço, e com razão, dizem que querem pagar mais, mas não podem quando não têm um concurso actualizado e adequado às despesas do serviço público”, refere José Pacheco que entende ser urgente haver um novo concurso público de transporte público terrestre de passageiros, que seja atractivo e adequado aos custos actuais do serviço.

Até lá, o CHEGA entende que se pode tentar na Região uma solução que já existe no continente: “criar uma compensação para combustível, na casa dos 25%, que pudesse remendar – porque não é a solução, é um remendo – até ter um concurso público que vá ao encontro das empresas, dos utilizadores e dos profissionais desta área. Caso contrário corremos o risco de ficar sem os transportes públicos ou ter transportes públicos de má qualidade”, reforça José Pacheco.

O líder do Grupo Parlamentar do CHEGA deixa também um alerta ao Governo Regional que “tem de fazer uma avaliação séria daquilo que são as rotas e os horários. Não podemos ter autocarros tão grandes a transportar meia dúzia de pessoas em certos horários, temos de fazer essa adequação. Temos de adequar, fazer esta análise, mas fazer já. Caso contrário os motoristas vão-se todos embora”, concluiu.

O CHEGA já enviou um requerimento à Assembleia Legislativa Regional, questionando o Governo acerca do próximo concurso público para o serviço de transporte público terrestre de passageiros em São Miguel, perguntando de que forma pensa o executivo melhorar aquele serviço, tendo em conta os custos actuais do mesmo.

CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.