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REGIÃO | Chega alerta que Freguesia das Sete Cidades não pode ficar esquecida

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A carência de habitação para os casais jovens é um problema com que se debatem todas as freguesias nos Açores, no entanto, nas Sete Cidades há especificidades que tornam esta questão ainda mais premente. Tudo porque aquela freguesia padece de um problema antigo “que pensávamos que estava resolvido, mas não está”, denunciou o deputado José Pacheco que esteve ontem de visita às Sete Cidades.

Trata-se dos “Chãos de Melhoras” – em que os donos das casas não são donos do terreno onde estas foram construídas – que é uma questão que já está regulamentada, mas “não está resolvida porque falta elaborar os Planos de Pormenor” impedindo que cerca de 95% das habitações das Sete Cidades consigam ser regularizadas.

Para José Pacheco esta situação é inaceitável pois “os jovens continuam a ser empurrados para fora da freguesia e não queremos que as Sete Cidades sejam invadidas e “roubadas” pelos estrangeiros. Queremos os nossos habitantes na nossa terra”, referiu.

O parlamentar denunciou ainda um pedido de licenciamento para instalação de um posto de combustível nas Sete Cidades que “está há largos meses bloqueado na Secretaria do Ambiente e não tem solução”, alertando para a celeridade que determinadas situações necessitam. José Pacheco lembrou que o único posto de combustível fica a largos quilómetros da freguesia – ou nas Feteiras ou na Covoada – alertando que “um turista que vem aqui e faça mal os cálculos, o mais certo é ter de chamar o reboque”.

Outra questão com que o CHEGA foi confrontado prende-se com a falta de resposta, por parte do Governo Regional, para autorização de um quiosque móvel junto a uma das margens da lagoa. “Levar tanto tempo para dar uma resposta não faz sentido. Temos de proteger o ambiente, temos de ter cuidado, mas não podemos ficar reféns do ambiente ou dos ambientalistas simplórios. Nós, seres humanos, fazemos parte do ambiente. A qualidade de vida dos seres humanos também tem de pesar nesta balança”, alertou o deputado que lembra que os locais com dinamismo geralmente são cuidados pelos próprios empresários que também gostam de ver o local bem limpo.

No final de uma reunião com a Presidente da Junta de Freguesia, Cidália Pavão, o CHEGA realçou o “verdadeiro abandono” a que os Presidentes de Junta de Freguesia têm sido votados, quer pelo Governo da República, quer pelo Governo Regional. “O Governo da República já podia ter mudado a lei das autarquias locais e dar o respectivo envelope financeiro a cada uma das freguesias para poder ter mais alguns funcionários, porque muita da limpeza dessas freguesias deve-se ao esforço e sacrifício dos próprios Presidentes de Junta. Também não compreendo como o Governo Regional não reúne com as Juntas de Freguesia. As Juntas têm de ter voz e ser ouvidas”, declarou.

Perante as queixas de falta de mão-de-obra, José Pacheco reconheceu que o CHEGA defende o fim dos programas ocupacionais, mas isso não significa deixar as Juntas de Freguesia sem mão-de-obra. “Não defendemos programas, mas que se comece a contratar as pessoas, seja através das secretarias, seja através das juntas. E quem anda na subsidiodependência, já que diz que quer trabalhar, vamos ver de querem mesmo trabalhar”, salientando que esta seria uma forma de integrar estas pessoas que passaram largos anos em programas ocupacionais.

No final, explica José Pacheco, as populações é que vão pagar esta “má vontade” e não os partidos. “O que temos aqui são populações a pagar pela má vontade. O que mudou do PS para o PSD: nada. Temos de gerir os Açores para os Açorianos. Gerir os Açores para os partidos é uma asneira e continuamos na asneira, andamos há 3 anos nesta asneira. Isto tem de mudar”, garante.

O CHEGA visitou ainda o parque de campismo das Sete Cidades, onde foi confrontado por vários utilizadores acerca da necessidade de melhorias no local, que é bastante frequentado durante os meses de Verão, mas que apresenta condições deficitárias em termos sanitários e de comodidades como água quente e electricidade. “São coisas simples, que podem ser feitas sem grandes gastos e que em muito melhoraria a estadia daqueles que procuram este lugar aprazível para uns dias de descanso”, explicou José Pacheco.

CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.