REGIÃO | Bloco defende que apoios às associações de proteção animal têm que ter previsibilidade e não podem sofrer cortes
A pressão do Bloco junto do governo para impedir a redução dos apoios públicos às associações de proteção animal levou a que hoje, o secretário regional da Agricultura tenha finalmente assumido publicamente que “nenhuma associação vai receber menos do que no ano transato”. O Bloco vai ficar atento ao cumprimento deste compromisso e defende que este nível de apoio tem que ser mantido nos próximos anos.
O Bloco de Esquerda já tinha levantado esta questão em abril, quando várias associações denunciaram a intenção do governo em reduzir os apoios para metade em relação ao ano de 2022. Agora, perante a insistência do Bloco, o governo recua e garante pelo menos o mesmo nível de apoio para 2023.
Alexandra Manes salientou a importância do trabalho desenvolvido pelas associações de proteção animal em toda a Região na recolha, tratamento, esterilização e processo de adoção de animais errantes, e defende que o nível do apoio do governo às associações tem que se manter para os anos seguintes, de modo a que as associações possam ter previsibilidade e segurança no planeamento das suas atividades.
O corte de 50% inicialmente anunciado pelo Governo, em abril, iria deixar as associações “numa situação bastante complicada, obrigando muitas a interromper o trabalho que têm vindo a desenvolver na esterilização de animais.
Esta questão surgiu num debate sobre a ilha do Pico, a partir do exemplo concreto da associação “Pico Dogs”, mas é extensível a todas as associações da Região.
No mesmo debate, o Bloco de Esquerda alertou para o problema de falta de água na ilha do Pico e defendeu que é preciso avançar rapidamente para a implementação de sistemas de monitorização e proceder à substituição das canalizações da rede, que devido ao estado de degradação provocam um desperdício de cerca de 40%.
Alexandra Manes lembrou que “o aquífero basal no Pico, sobretudo no concelho da Madalena, apresenta água com teores de cloreto de sódio muito elevados, que ultrapassam a maior parte das vezes os valores recomendados na legislação nacional”.
Este problema de salinização está relacionado com as características geológicas da ilha, mas também é resultado da sobre-exploração, por isso a solução não passa pela captação de água através de novos furos, mas sim pela redução do consumo e pela substituição da rede, para diminuir as perdas, que são atualmente muito elevadas.
A deputada do Bloco manifestou também preocupação pelo estado de degradação em que se encontra a estrada de acesso à Casa da Montanha, na ilha do Pico, cujos problemas no piso e a falta de sinalização põe em causa a segurança dos utilizadores, particularmente os operadores turísticos e os agricultores que usam a estrada diariamente.
Alexandra Manes alertou ainda para a necessidade de garantir oferta de CATL para as crianças do pré-escolar na escola pública na ilha do Pico.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU