REGIÃO | Bloco consegue aprovação de medidas para combater expansão de alga perigosa que já chegou aos Açores
O parlamento aprovou hoje uma proposta do Bloco de Esquerda que determina a implementação urgente de várias medidas concretas para evitar a propagação de uma alga invasora que tem um forte potencial de destruição da diversidade da vida marinha e que já se encontra em algumas ilhas dos Açores.
Assim, enquanto não está concluído um estudo já encomendado à Universidade dos Açores sobre esta matéria, o Governo terá que implementar, de imediato, medidas de monitorização e deteção precoce nos portos, reforço da fiscalização das águas de lastro dos navios que navegam nos Açores e a realização de ações de formação junto dos utilizadores frequentes do mar – mergulhadores e pescadores, por exemplo – que ensinem a identificar a alga e transmitam a importância de contactar de imediato as autoridades.
Além disso, o parlamento recomenda ao governo que proceda a ações de remoção da alga onde ela está a causa problemas, quer seja em zonas balneares ou zonas habitacionais.
A iniciativa hoje aprovada, por iniciativa do Bloco de Esquerda, refere ainda que o Governo tem que implementar com celeridade as recomendações que venham a ser feitas pelo estudo contratualizado com a Universidade dos Açores.
Mas “até o estudo da Universidade dos Açores estar concluído, o governo não pode ficar de braços cruzados e tem que fazer mais do que fez até hoje” alertou Alexandra Manes, “porque a alga também não vai esperar pela conclusão do estudo”.
“Temos que agir já, porque, nos locais onde esta alga já chegou, a diversidade marinha está a morrer e o fundo está a ficar homogéneo”.
A alga em causa é a rugulopterix okamurae, uma espécie invasora que tem uma expansão muito rápida e em níveis muito agressivos, que foi detetada em 2019 na ilha de São Miguel, e que, entretanto, já foi detetada também nas ilhas do Faial, Pico e Santa Maria.
As medidas que constam da iniciativa aprovada visam principalmente evitar o alastramento desta alga às ilhas que ainda não foram afetadas, assim como mitigar os efeitos negativos nas ilhas onde a alga já está disseminada.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU