Eurodeputado destacou a importância estratégica do setor vitivinícola para Portugal, sublinhando a sua relevância económica, social e cultural.
“O vinho e a vinha são de grande importância em diversas economias da União Europeia. Em Portugal, o setor gera diretamente e indiretamente mais de 160.000 empregos, sobretudo em zonas rurais do interior, desempenhando um papel essencial na fixação das populações e para a sua vitalidade económica”, afirmou André Franqueira Rodrigues.
O eurodeputado intervinha na reunião da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, no debate com a Comissão Europeia sobre as “Recomendações Políticas para o futuro do setor vitivinícola” em resultado das conclusões do Grupo de Alto Nível sobre Política Vitivinícola que, em dezembro, emitiu uma série de recomendações destinadas a garantir a sustentabilidade do sector vitivinícola da União Europeia (UE).
As recomendações do Grupo de Alto Nível, que foram acordadas por todos os 27 países da UE e partilhadas com as principais organizações do setor, centram-se em três áreas principais: alinhar a produção de vinho com a procura, aumentar a resiliência aos desafios do mercado e climáticos e a adaptação às tendências para aproveitar novas oportunidades de mercado.
Durante a sua intervenção, Franqueira Rodrigues elogiou as recomendações do grupo de alto nível sobre políticas para o setor do vinho, considerando-as “globalmente positivas”, mas enfatizou que, embora o setor precise de se adaptar às novas realidades de consumo, “é imperativo que essa transição seja feita de forma sustentada, com o devido apoio aos produtores e às comunidades rurais”.
Entre as propostas destacadas pelo açoriano como positivas estão: a maior flexibilidade na gestão dos programas setoriais no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PAC), “permitindo respostas mais rápidas e mais adequadas às necessidades específicas dos Estados-Membros”, “o reforço do apoio aos seguros agrícolas e outras medidas de gestão de risco, essenciais para mitigar os impactos da instabilidade climática e económica e a maior flexibilidade na gestão dos direitos de plantação e das novas autorizações de plantação, protegendo assim a sustentabilidade do setor”. De acordo com Franqueira Rodrigues estas são algumas das medidas “necessárias para enfrentar a crise prolongada que afeta o setor vitivinícola em várias regiões da União Europeia”.
A União Europeia é o maior produtor de vinho do mundo. Entre 2016 e 2020, a produção anual média foi de 165 milhões de hectolitros. Portugal está no top 10 dos maiores produtores mundiais e nos Açores o setor tem registado um crescimento assinalável ao longo da última década.
PE/RÁDIOILHÉU