REGIÃO | “Açores são região mais pobre do país mas a habitação está a preços de países ricos”. Bloco tem propostas para resolver a crise da habitação
O elevado custo da habitação é um dos principais problemas que as famílias enfrentam nos Açores e no país. Joana Bettencourt diz que é preciso garantir que “toda a gente tem direito a uma casa digna a um preço que consiga pagar” e apresentou as propostas do Bloco para que esse objetivo seja alcançado.
Após uma reunião com a Associação Juvenil da Ilha Terceira (AJITER), a candidata do Bloco salientou que a dificuldade em ter um emprego que assegure um salário que permita pagar uma casa é uma das principais preocupações dos jovens.
“Temos casas a preço de países ricos, mas somos a região mais pobre do país”, assinalou Joana Bettencourt, que criticou a passividade do governo do PS nos últimos anos, que apesar de ter uma maioria absoluta não conseguiu dar resposta à crise da habitação.
A candidata do Bloco critica também as soluções dos partidos de direita: “Se tivermos a direita no poder, a habitação vai continuar a estar nas mãos do mercado e a crise da habitação vai agravar-se ainda mais”.
Até porque foi a política da direita, de deixar tudo nas mãos do mercado, que “provocou o caos na habitação”, aponta Joana Bettencourt, enumerando algumas das causas: a liberalização das rendas, a quase inexistente construção de habitação pública, o incentivo ao endividamento, o enorme aumento dos juros e a desregulação do alojamento turístico.
Para resolver a crise da habitação, o Bloco propõe usar a Caixa Geral de Depósitos, que é um banco público, para regular o mercado através da redução dos juros, levando os outros bancos a adotar a mesma medida.
Recorde-se que, ao mesmo tempo que as famílias têm tido enormes dificuldades em pagar a prestação da casa, devido ao aumento de juros, os bancos têm tido lucros astronómicos: os seis maiores bancos privados portugueses tiveram lucros de 3,3 mil milhões de euros, o que representa mais 74,2% do que em 2022.
Além disso, o Bloco propõe estabelecer tetos máximos para as rendas, aumentar a oferta pública de habitação e combater a especulação, impedindo a venda de casas a não residentes em todo o país.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU