Ironicamente gritam “vem aí o diabo”, riem, desmentem e mentem. É o que temos… É assim que, em jeito de gozo, o Governo dos Açores e os partidos que o suportam (o PSD, o CDS e o PPM), comentam os sucessivos alertas feitos pelo Partido Socialista em relação à situação atual das finanças públicas regionais. Desde o primeiro orçamento apresentado que asseverámos: não é este o caminho.
A semana passada, o INE confirma aquilo que foi sendo desmentido: em 2021 e 2022, já com este Governo, a dívida pública cresceu 660 milhões de euros o que representa, em média anual, 3 vezes mais, do que a média anual dos Governo anteriores da responsabilidade do PS. Na mesma data, o Banco de Portugal revela e acrescenta que, no primeiro semestre de 2023, a dívida continuou a aumentar desta feita mais 263 milhões de euros.
Ou seja, desde que este Governo da responsabilidade o PSD, CDS e PPM tomou posse, a dívida pública nos Açores aumentou mais de 920 milhões de euros, atingindo 3.326 milhões de euros. Ao mesmo tempo que ficámos a conhecer os dados que revelam o agravamento da dívida pública, ouvimos o Presidente do Governo dos Açores dizer que é seu objetivo “fazer mais com menos”.
Creio tratar-se de um novo mantra, portanto, à semelhança de outros, será para repetir até que a voz lhe doa. Dá-se mais uma vez o caso que o discurso não tem qualquer adesão à realidade. Basta atendermos a dois factos: por um lado, a receita do Governo tem crescido e muito, desde logo com o IVA, e, por outro, o Governo tem feito muito menos, basta observar a execução do Plano de 2022, na ordem dos 66%, a mais baixa da última década.
O que me parece que o senhor Presidente queria dizer é que tem feito pouco e gasto muito, e que o pouco que tem feito faz à conta de uma dívida crescente às empresas e às famílias açorianas. E o diabo afinal por onde anda? Dizem que está nos detalhes, mas também há quem diga que veste Prada.
Andreia Cardoso, Deputada do PS/Açores