A cada proposta anual de Plano de investimentos, a Terceira fica sempre na cauda das expetativas. E isto nota-se, mais uma vez, com as propostas para os Plano e Orçamento 2023, por parte do Governo Regional.
O Conselho de Ilha da Terceira, apesar de atribuir nota favorável, não deixou de fazer observações ao que falta neste documento, assinalando, e bem, entre outras, a falta de investimento no Porto da Praia da Vitória.
Após a alteração no elenco governativo, pensaram algumas pessoas residentes nesta ilha, que poderia haver alguma alteração. E pensavam porque ouviram e leram odes de dedicação à ampliação do Porto da Praia da Vitória.
Recordemos: José Manuel Bolieiro, enquanto candidato, pelo PSD, queria potenciar a centralidade da ilha Terceira, ressalvando que a sua posição geoestratégica não podia ficar reduzida ao interesse militar. “Como é possível descurar e ter adiado constantemente a estratégia do Porto da Praia da Vitória para potenciar dimensão atlântica aos Açores em matéria de infraestruturas portuárias?”. Esse era o Bolieiro candidato.
Vânia Ferreira, atual Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, enquanto deputada regional e já numa pré-apresentação como candidata à autarquia da Praia da Vitória, dizia, solenemente da tribuna do Parlamento Regional, que este governo (coligação) “vai fazer a diferença no Porto da Praia da Vitória.”. Essa era a Vânia candidata autárquica.
Mota Borges, ex-secretário regional Transportes, Turismo e Energia, no mesmo dia (20/05/2021), afirmava que o Porto da Praia da Vitória representava “assunto não é uma prioridade imediata da parte do Governo Regional.”
Já o sr. Deputado Nuno Barata dizia que era um disparate investir num “Hub” neste porto e que seria um desperdício de verbas, comparando este investimento à construção de um estádio de futebol numa vila sem equipa de futebol. Este é o deputado e líder regional da Iniciativa Liberal.
No decorrer da discussão do Plano e Orçamento da Região para 2019, o, então, deputado do CDS, Alonso Miguel, atual secretário regional do ambiente e alterações climáticas, salientava que “apesar dos sucessivos e adornados destinos a dar àquele porto, desde a plataforma logística até ao hub atlântico, a verdade é que aquele ativo verdadeiramente estratégico continua sem uma solução à vista”. Este era o Alonso deputado da oposição.
No entanto, na proposta de plano de investimentos para 2023, o valor da verba destinada a este Porto é de somente 1 811 000 euros.
Para 2024 teremos outros valores, pois será ano de campanha eleitoral. Percebem? Muito bem pregavam os partidos da coligação enquanto oposição.
Alexandra Manes, Deputada do BE, à ALRAA