Ontem, dia 28 de agosto, o Restaurante Lavrador foi palco de uma emotiva homenagem ao Professor José Augusto da Silva Azevedo, uma figura incontornável da educação e da vida cívica das Lajes do Pico.
A cerimónia contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal das Lajes do Pico, reforçando o reconhecimento público e institucional pelo percurso exemplar do Professor Azevedo.
Nascido a 17 de janeiro de 1933, na Matriz, concelho da Horta, José Augusto Azevedo dedicou a sua vida ao ensino, deixando uma marca indelével em várias gerações de alunos. Após concluir os estudos no Liceu da Horta, ingressou na Escola do Magistério Primário e desempenhou funções de professor em diversas localidades dos Açores, incluindo Angústias, Conceição, Volta, São Caetano e Silveira.
O seu percurso profissional não se limitou à sala de aula. José Augusto Azevedo foi orientador de estágios de futuros professores, colaborou com associações desportivas, culturais e sociais, integrou o Grupo Desportivo de Futebol, o Colégio dos Árbitros e a primeira direção da FNAT (atual INATEL). Destacou-se também pelo auxílio prestado às populações aquando da erupção do Vulcão dos Capelinhos.
Desde 1961, já instalado nas Lajes do Pico com a sua esposa, a Professora D. Inês Soares de Melo, manteve um percurso de dedicação cívica exemplar. Colaborou na fundação do Externato Lacerda Machado, foi delegado sindical, membro da Junta de Freguesia, da Assembleia Municipal e de várias coletividades locais. Atuou ainda como dirigente coral, catequista, colaborador da imprensa regional e, após a reforma, como agente-mediador de seguros.
O Professor Azevedo destacou-se pelo envolvimento político e associativo, sendo membro fundador do Partido Socialista nas Lajes do Pico e participante ativo em inúmeras iniciativas culturais e sociais. Em tempos em que o ensino não era obrigatório, ajudou particularmente os alunos com menos recursos a obter a sua certificação através do exame do grau — uma prova que validava os conhecimentos adquiridos e permitia aos jovens continuar os estudos ou aceder a oportunidades profissionais, mesmo sem frequentarem regularmente a escola. Para muitos desses jovens, as explicações privadas dadas pelo Professor Azevedo foram a chave que abriu portas a um futuro mais promissor.
As Lajes do Pico devem-lhe muito, tanto na vertente social como cultural e política, numa verdadeira visão de cidadania, onde o povo é o cerne da transformação e do progresso de uma comunidade. O legado do Professor José Augusto da Silva Azevedo é, assim, não apenas uma referência educativa, mas um exemplo de dedicação, altruísmo e amor à terra que marcou a sua vida.
CMLP/RÁDIOILHÉU
